28-01-2010
Ruas esburacas, asfalto deteriorado. Na zona rural, estradas ficam intransitáveis e o pequeno agricultor já prevê prejuízos em sua lavoura
28-01-2010
Ruas esburacas, asfalto deteriorado. Na zona rural, estradas ficam intransitáveis e o pequeno agricultor já prevê prejuízos em sua lavoura. Na Ferraria o risco de desmoronamento de encostas é iminente. Este é o panorama encontrado em Campo Largo, na RMC, devido as fortes chuvas que assolam toda a região.
Segundo dados do Instituto Tecnológico SIMEPAR, o volume de chuvas registrado nos primeiros 27 dias do ano é 70% superior à média histórica. Neste período choveu 285mm contra 170mm registrados em todo o mês de janeiro do ano passado.
O resultado de tanta chuva causa estragos em ruas e estradas. Equipes da Prefeitura trabalham dobrado para dar conta de toda a demanda. Dados da secretaria de Viação e Obras dão conta de que os prejuízos financeiros elevaram o custo deste serviço em pelo menos 100%. “Com tanta água o solo encharca, o que facilita a erosão” afirma a metereologista Vanessa Nunes do SIMEPAR. A afirmação de Vanessa explica, em partes, o que ocorre nas ruas asfaltadas das cidades atingidas. Com a grande infiltração de água o pavimento não resiste, formando pequenos buracos que mais tarde se transformam em grandes obstáculos para motoristas e pedestres.
Prejuízos também são sentidos na produção agrícola local. Segundo a secretaria de Desenvolvimento Rural a safra de milho já esta comprometida. As espigas já estão em ponto de serem colhidas, mas com as chuvas o trabalho fica suspenso. Com isso o produto pode estragar ainda no pé. Com a safra do feijão a situação não é diferente. No município a produção agrícola é quase toda baseada na pequena agricultura familiar. Com a quebra na safra quem sofre são as famílias residentes no interior, que dependem quase que exclusivamente da renda obtida com a venda de produtos agrícolas. Há relatos de produtores que perderam até 85% da sua produção.
Os desmoronamentos de terra são outra preocupação. De acordo com a Defesa Civil do município, há regiões criticas onde é executado o monitoramento constante. È o caso do Jardim Santa Ângela, no Distrito de Ferraria. “Toda população deve ficar atenta com as chuvas, caso aconteça qualquer movimentação de terra devem acionar a Defesa Civil”, alerta Nivaldo Guerin, coordenador do órgão. Em setembro do ano passado várias casas foram danificadas devido a deslizamentos naquela região. Algumas famílias tiveram que abandonar suas casas e deixar seus pertences para trás.
O pesquisador do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Gustavo Hiroshi Sera, apresentou os dados pluviométricos dos últimos meses demonstrando o excesso de chuvas no Paraná. Em junho, segundo ele, choveu 108 mm, sendo que a média histórica é de 89 mm. A média histórica para julho é de 64mm, mas choveu 244 mm, quase quatro vezes mais. Já o mês de agosto registrou precipitação de 80 mm, também acima da média histórica, que é de 53 mm. “Esse ano foi uma condição atípica, e o mês de julho registrou o maior índice de chuva medido pelo Iapar, desde 1976”, disse o pesquisador.