15-01-2010
Campo Largo será representado mundialmente pelo artista plástico Marcelo Ferreira. Ele foi selecionado pela Fifa.
15-01-2010
Campo Largo será representado mundialmente pelo artista plástico Marcelo Ferreira. Ele foi selecionado pela Fifa para participar do 2010 International Fine Art Collection, em comemoração a Copa do Mundo que será realizada na África do Sul.
Ele recebeu o convite em novembro de 2008, em que era apresentada a proposta de unir arte e futebol. Este é o primeiro projeto da Fifa envolvendo arte e no Brasil quatro artistas foram selecionados, sendo o Marcelo o representante do Sul.
Ao verem o trabalho de Di Ferra, como ele é conhecido artisticamente, representantes da Fifa compararam suas obras com a da renomada artista carioca Beatriz Milhazes e afirmaram que ele ousa ainda mais no trabalho, com cores fortes, personagens e objetos. O artista conta que considerava seus quadros como pop arte e os analistas a definiram como pop do expressionismo.
A comunicação com a África do Sul tem sido sempre por email. Ele assinou o contrato e foi definido o tema do quadro que teve que pintar: África e Copa do Mundo. Segundo Di Ferra, o mais interessante é que mesmo sendo o mesmo tema, saem artes muito diferentes, tanto no Brasil como nos outros países participantes.
Quando parou para começar o quadro, ele imaginou que a maioria dos artistas usariam jogador de futebol, estádio e bola. Então não quis fazer o óbvio, quis inovar, fazer um trabalho que remetesse ao tema, mas de uma forma abstrata, não tão clara, para que quem visse analisasse o contexto da obra.
Foram quatro meses para concluir e até o final de 2009 Di Ferra não podia divulgar que estava fazendo este trabalho. Quando recebeu o convite confessa que ficou receoso, sem acreditar, mas agora ele diz sentir que sua carreira vai mudar, "vai voar bem alto".
Neste momento a obra já está na África do Sul e dela vão fazer 210 reprografias autorizadas. Com a venda, que ele acredita que será por cerca de mil euros cada uma, 15% será do Marcelo, e se vender a obra original ele fica com 50%.
Somente em março que a Fifa começa a divulgar este projeto e as exposições que acontecerão nos 32 países participantes, com as obras dos principais artistas contemporâneos. O quadro estará nos principais centros do mundo, como Londres, Roma, Tóquio, Buenos Aires, Nova Iorque e Johanesburgo.
Entenda a obra
O quadro tem o nome de "Celebração do mundo". Di Ferra quis mostrar a alegria do futebol e da África através de cores quentes. Ele diz que usa muitas cores e apresenta um trabalho diferencial por meio da abstração, passa emoção através de vários itens.
Olhares atentos perceberão na obra as formas abstratas que remetem à bandeira do Brasil. Ele ainda fez uma plantação de bolas estilizadas; o olho grego que é o símbolo da proteção e um desenho característico dele; uma zebra; pomba que simboliza a paz; letras aleatórias de paz em inglês (peace), folhas e bem no centro representou um estádio.
Foram usadas cerca de 50 cores diferentes para compor este quadro, que tem o tamanho padrão de 50 x 70cm.
O artista e seus projetos
Marcelo é filho do contador e diretor da Acicla, Antonio Gonçalves Ferreira, mais conhecido por Toninho, e de Ana Ferreira, que trabalha em casa. Hoje, com 30 anos, ele completa 15 anos como pintor. Começou em um curso pintando paisagens e depois de alguns meses foi buscar seu próprio estilo. Em 2002 ele já começou a desenvolver alguns desenhos abstratos e desde então busca a perfeição como artista. "Cada obra é uma transformação", diz ele, que se inspira no cotidiano e gosta muito de usar o amarelo e azul.
Durante este tempo já produziu cerca de 100 obras e admite que umas 30 ele realmente não gostou. Já vendeu quadros para México, Portugal e recentemente para a China. Consegue estas vendas entrando em galerias virtuais, que permite que o mundo inteiro conheça seu trabalho. A cada venda ele diz que vai valorizando ainda mais sua obra.
Em março ele já está programando uma exposição no Museu Histórico de Campo Largo e até o final do ano quer fazer na Casa da Cultura. Ele faz questão que a primeira exposição com o tema futebol seja na cidade em que nasceu, para então fazer em outros locais.