11-12-2009

Nem mesmo se o Papai Noel existisse de verdade, seria possível atender a tantos pedidos, de crianças, jovens, adultos e idosos. São muitas as pessoas que necessitam de ajuda, de um coração caridoso, de um apoio material, de um gesto de carinho. Alguns pedem um brinquedo, um objeto de desejo, até aqueles que pedem quase nada, às vezes um jantar ou uma cesta básica.
    Nem sempre nos encontramos em condições de ajudar, às vezes também nos falta, embora as diferenças de nível econômico e social. Mas há, sempre, sobras em nossas mesas e devemos sempre agradecer a Deus, por não necessitarmos pedir. Mas quem precisa, às vezes precisa muito de algo que lhe falta como o próprio ar que respira, um braço, uma perna.
     Dói quando vemos uma criança carente, que nunca teve uma boneca ou um carrinho, esperar ansiosamente pelo “milagre” do Natal. Na imaginação deles o Papai Noel existe, sim, e a qualquer momento pode chegar e, como num passe de mágica, fazer aparecer o seu brinquedo, ou apenas uma cesta básica recheada de produtos natalinos, doces e guloseimas.
    Na manhã desta quinta-feira, o Espírito do Natal fez brotar lágrimas nos olhos de um comerciante da cidade, que acompanhava, há mais de duas semanas, um garoto de uns oito anos, que queria muito um carrinho de brinquedo, que custava muito mais do que ele tinha, um punhado de moedas. O menino saiu pedindo dinheiro para as pessoas, no calçadão, e todo dia voltava para saber se já dava, se já tinha o suficiente. Mesmo sem conseguir o valor da mercadoria, ele acabou sensibilizando o comerciante, que lhe vendeu o carrinho pelo punhado de moedas, sem se importar com o valor. Nos olhos da criança, o brilho nos olhos e o sorriso, incontidos,  foram o pagamento, pelo gesto de solidariedade.
    E é exatamente um gesto como esse, que os campo-larguenses estão sendo chamados a realizar. Um rapaz que, há alguns meses perdeu uma das pernas em um grave acidente de trânsito, quer voltar a andar e, para tanto, necessita de uma perna mecânica, que custa muito caro, para as suas posses. Com a perna, acredita, ele poderá sair e procurar um novo trabalho e conquistar seu lugar ao Sol. Quem sabe, se o Espírito do Natal nos contradiga, e nos prove que, na realidade, o Papai Noel existe, sim!