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Opinião

Ideia ruim, projeto abortado

Ideia ruim, projeto abortado

19-08-2011

Campo Largo viveu, esta semana, um momento de perigo.

Havia, entre alguns vereadores, a ideia de apresentar um projeto de emenda da Lei Orgânica do Município, aumentando o número de vagas de vereadores, de 11, para 13, 15 ou 17. Há quase dois meses a Folha de Campo Largo vem encabeçando campanha contra a ideia, por entendermos que um eventual aumento de cadeiras na Câmara Municipal é desnecessário e oneroso aos cofres públicos. Quem paga os salários dos vereadores somos nós, os cidadãos, através dos impostos que recolhemos. Há quem discorde desta visão, mas a sociedade mandou recados.
Através do Site a Folha de Campo Largo rodou uma enquete, sondando a opinião dos internautas. A maioria arrasadora foi contra o aumento, ganhando inclusive uma conotação diferente, a população votou pela redução do número de vereadores, em vez do aumento.

Na última Quarta-feira, na reunião das comissões, os vereadores discutiram o assunto. Não havia, ainda, nenhum documento, nenhum projeto pronto, apenas a ideia. A maioria absoluta foi contra e todos resolveram colocar uma pedra sobre o assunto. Mas é preciso que a opinião pública continue alerta, para que ideias ruins, como esta, sejam abortadas antes mesmo que apareçam.
Sobre o assunto, dirigentes de entidades importantes, da sociedade, como OAB e Acicla, se pronunciaram, contra.

Há, inclusive, o pensamento de se organizar campanhas chamando a atenção da sociedade para se posicionar contra o aumento do número de vagas na Câmara Municipal. A ideia geral é de que, na atual crise de ética da classe política nacional, não há clima para esse tipo de proposta. Há exemplos de outros municípios, cujos vereadores aprovaram projetos para ampliar o número de cadeiras nas respectivas câmaras municipais, e houve reação rápida, da população, através das entidades de classe e veículos de comunicação. Em Campo Largo não seria diferente e há, inclusive, conversas sobre a possibilidade de elaboração de um projeto de emenda à Lei Orgânica do Municípoio, de iniciativa popular, com um congelamento do número de vereadores pelo menos até o ano de 2030. Para esse projeto, a população deveria aderir a um abaixo assinado, com cerca de pelo menos 4.600 assinaturas. Essa ideia, sim, é importante e não foi abortada, apenas continua aguardando os acontecimentos.

Não se trata de nenhuma ideia preconceituosa, ou aversão à Democracia, como alguns defensores do aumento do número de vagas na Câmara Municipal, até poderiam acusar.

Trata-se de um posicionamento racional, de que com 15, 13, 11 ou até mesmo nove vereadores, os assuntos seriam discutidos da mesma maneira e o trabalho de fiscalização da Câmara Municipal, continuaria tão eficiente quanto é hoje. Então, por que pagar mais dois ou quatro salários para novos vereadores, e mais dezenas de novos funcionários, gastando o nosso rico dinheirinho, se o serviço prestado não seria melhor, ou mais eficiente? Não dá, não é necessário, não é economicamente viável.

Como diz o velho ditado popular, "gato escaldado tem medo de água fria" .