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Vereadores apresentam Projetos de Leis para garantir abertura do comércio local, mesmo com decretos restritivos

Os textos dos Projetos de Lei nº 04/2021 e 05/2021, assinados pelos vereadores Márcio Beraldo e Sargento Leandro Chrestani, visam garantir “um respiro ao comércio local e que a economia não fique estagnada”. Uma

Vereadores apresentam Projetos de Leis para garantir  abertura do comércio local, mesmo com decretos restritivos

Está circulando nas redes sociais os textos dos Projetos de Lei nº 04/2021 e 05/2021, assinados pelos vereadores Márcio Beraldo e Sargento Leandro Chrestani no último dia 01 de março. A Câmara Municipal se encontra fechada para atividades presenciais, mas os projetos já foram protocolados e serão discutidos na próxima segunda-feira (08), quando os vereadores pedirão para que sejam votados em caráter de emergência.

A Folha conversou com um dos autores dos projetos, o Sargento Leandro Chrestani, que explicou que a ideia do projeto partiu da grande procura de comerciantes que pediam para que houvesse algum tipo de ajuda dos vereadores. “Tanto o vereador Márcio Beraldo, quanto eu fomos muito procurados por comerciantes dos mais variados setores e bairros de Campo Largo. Desde o ano passado eu tenho grupos de WhatsApp com vários comerciantes, especialmente da região do Ferraria, no qual dou orientações sobre os decretos municipais e estaduais. Principalmente por meio deste canal, eles me procuraram pedindo ajuda.”

O vereador Sargento Chrestani contou que os projetos fora elaborados de maneira consideravelmente rápida, mas que em todo o processo sempre levou em consideração os protocolos já existentes e que foram desenvolvidos pelas autoridades de Saúde, bem como a opinião dos comerciantes. “Tudo foi feito democraticamente, pois a nossa intenção é justamente auxiliar o empresário neste momento difícil e permitir um respiro para as empresas campo-larguenses que estão sendo consideradas serviço não-essencial”, reforçou.

A Acicla também foi consultada. À Folha de Campo Largo, o presidente da instituição, Bruno Boaron, disse que “apoiamos qualquer projeto que vise defender o funcionamento do comércio local”. A Acicla segue ainda com planejamentos e reuniões para a possibilidade de uma renovação do decreto estadual.

“Não existe hoje uma pesquisa qualitativa sobre a infecção da Covid-19, nem em Campo Largo, Paraná ou no Brasil, somente pesquisa quantitativa, que nos fornece números de pessoas atingidas pelo vírus. Então, entendemos que é inadmissível que o comércio seja penalizado por um problema o qual ele não está provocando. Com o fechamento dos estabelecimentos comerciais, em breve poderemos ter um colapso econômico na cidade, que irá gerar desemprego e insegurança”, ressaltou durante a entrevista o vereador.

Mesmo com as atividades suspensas, os vereadores trataram de realizar a articulação do Projeto de Lei com os demais vereadores da Casa. “Entramos em um consenso com os vereadores e nossa intenção é colocar o projeto em votação na segunda-feira. Saliento que nosso projeto de lei possui todo o embasamento jurídico necessário e trata-se de uma lei impositiva, ou seja, se aprovado o projeto na Câmara, sancionado pelo prefeito, ela deverá ser cumprida. Em caso de veto, o veto volta para a Câmara, nós derrubamos o mesmo e conseguimos promulgá-la”, explica.

Ele comenta ainda que dentro da hierarquia de normas, os decretos não têm validade sobre as leis, ainda que sejam decretos estaduais ou federais e a lei seja municipal.

 

Em favor da população

“É importante dizer que eu não sou oposição ao prefeito ou às ações do Executivo. O que for bom, nós vamos seguir. O que puder melhorar, vamos encontrar meios para fazê-lo, e vamos inclusive ajudar o Executivo a encontrar meios para que possa trabalhar melhor, quando necessário. Nosso trabalho é em prol da comunidade e neste momento a classe dos comerciantes pede a nossa atenção também. Por meio do pagamento do imposto que são geradas as riquezas do Município, que podem ser aplicadas para a compra das vacinas contra a Covid-19 e melhor estruturação dos hospitais. Não sou contra o lockdown, mas ele deve ser feito de maneira mais assertiva, sem prejudicar ninguém”, finaliza.

 

O que dizem os projetos de lei

O texto do projeto nº 04/2021 traz a autorização para o funcionamento do autoatendimento nos serviços de alimentação em restaurantes, padarias, lanchonetes e outros, popularmente chamados de “Buffet por quilo”. Entre as medidas citadas, além da observância das normas dos órgãos de controle sanitário, está a necessidade de ter no máximo 40% da sua capacidade e trabalhar até 08 horas por dia.

O estabelecimento deve controlar o acesso de clientes, verificar o respeito ao distanciamento de 1,5 m por pessoa e substituir todos os utensílios usados no serviço (colheres, espátulas, pegadores, conchas e outros) a cada 30 minutos para higienização.

Está vetada a inclusão de taxa de serviço na conta do consumidor para restaurantes e estabelecimentos que comercializam alimentos na modalidade de autosserviço.

O texto do projeto nº 05/2021 traz a autorização para o funcionamento de shoppings centers, galerias e do comércio em geral.

Para que o funcionamento seja garantido, com segurança para trabalhadores e clientes, o texto apresenta uma série de normas já conhecidas, como o uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool em gel, medição de temperatura, controle na entrada de clientes, para evitar a aglomeração de pessoas e o distanciamento de 1,5 m entre os clientes do local. O Projeto de Lei visa que o estabelecimento deve fornecer luvas descartáveis para os clientes, com uso obrigatório.

 O funcionamento dos estabelecimentos, conforme a lei, fica permitido entre as 06h e 20h, desde que de acordo com as convenções trabalhistas e a CLT.

Os banheiros coletivos e provadores devem permanecer lacrados e, pela lei, ficará proibido o consumo de quaisquer tipo de alimentos ou bebidas em estabelecimentos denominados “não-essenciais”, sejam eles fornecidos ou não pelos proprietários do local.

Em caso de descumprimento de ambas as leis, o infrator estará sujeito ao pagamento de multa correspondente a 50 Unidade Padrão Fiscal do Estado do Paraná (UPF/PR). Em caso de reincidência, será realizada a interdição temporária do estabelecimento.

Assim que forem liberadas medidas menos restritivas pelo Município ou Estado do Paraná, passam a valer imediatamente, se sobressaindo diante dessas medidas previstas nos Projetos de Lei.

 

Manifestação

Está prevista uma manifestação, que vem sendo organizada pelos comerciantes campo-larguenses, em frente à Câmara dos Vereadores de Campo Largo na próxima segunda-feira (08), a partir das 14h.

A organização enviou a seguinte nota oficial sobre a manifestação: “O manifesto marcado para o dia 08/03 às 14h em frente à Câmara dos Vereadores de Campo Largo teve início a partir de uma ação integrada de trabalhadores e comerciantes de todos os setores da cidade que, de forma articulada, criaram um grupo de WhatsApp para divulgar e organizar o manifesto.

O objetivo é mostrar para os Vereadores e para o Prefeito Municipal a indignação da população frente ao fechamento do comércio. Visa também a aprovação dos Projetos de Leis nº 04 e 05/2021, de autoria dos Vereadores Sargento Leandro Chrestani e Márcio Beraldo que preveem medidas alternativas para abertura e funcionamento do comércio. Cumpre ainda destacar que a pandemia já dura um ano e os prejuízos acumulados no decorrer deste período levaram muitos empresários a fecharem suas portas, eis que são os setores mais prejudicados.

A manifestação busca a aprovação das leis que trazem medidas bastante restritivas, mas permitem o funcionamento, como forma de amenizar o inevitável prejuízo e evitar que ainda mais empresas sejam obrigadas a encerrar suas atividades. A economia da nossa cidade é movida principalmente pelo comércio, uma vez que não temos grandes indústrias. Desta forma, o fechamento do comércio traz prejuízos diretamente para a cidade e para a população.

Ademais, desde o início da pandemia, o comércio foi o setor que mais desprendeu esforços e mais medidas tomaram para fins de evitar a propagação do vírus, mesmo assim, têm sido os maiores prejudicados, sendo colocado como os vilões da história, o que sabemos não ser verdade.

O governo vem tentando transferir para o comerciante uma culpa que na verdade é sua, que não tomou no tempo certo as decisões e as medidas necessárias para a contenção da propagação do novo coronavírus. Desta forma, a posição dos comerciantes de Campo Largo é pela abertura do comércio com as medidas previstas no Projeto de Lei como forma de preservação da economia, das empresas e dos postos de trabalho”, finalizou.