01-03-2011
A entrada do PMDB na base de apoio do governo Beto Richa (PSDB) começou a gerar desconforto entre os deputados estaduais tucanos. Alguns deles se reuniram nesta segunda-feira com o governador e o secretário da Casa Civil, Durval Amaral (DEM), para reclamar que estão perdendo espaço para os peemedebistas nas representações do governo no interior do Estado.
Um dos principais alvos das queixas foi o deputado estadual Alexandre Curi (PMDB). Amigo do governador e um dos seus apoiadores durante a campanha eleitoral do ano passado, o peemedebista teria emplacado mais indicados para dirigir órgãos do governo no interior do que os deputados do PSDB.
Na reunião, Amaral foi cobrado pelos deputados que exigem preferência na hora das nomeações. "São alguns problemas pontuais que já estão sendo solucionados", amenizou o líder do governo na Assembleia Legislativa,
Amaral apresentou uma lista das indicações atendidas para demonstrar que está buscando um equilíbrio entre o partido do governador e os peemedebistas que dão sustentação ao governo na Assembleia Legislativa. A insatisfação dos tucanos já estava prevista pelo governo. Vários deputados do PSDB atuam nas mesmas bases eleitorais que os peemedebistas e estão tendo dificuldades para compartilhar os espaços políticos com os antigos adversários.
Adesão
Da bancada de treze deputados do PMDB, pelo menos nove já estão integrados ou estão em fase de aproximação da base de apoio do governador Beto Richa. Um dos pontos de conflito está localizado na região Oeste e Sudoeste do Estado. A deputada estadual Rose Litro, que tem base eleitoral no Sudoeste, não quer abrir espaço para os peemedebistas Nereu Moura e Caito Quintana, que são líderes políticos na mesma região.
Embora Moura e Quintana estejam na contabilidade do bloco de oposição, há interesse do governo em tê-los como aliados, já que são dois deputados da ala antiga dos peemedebistas. Para o governador, a adesão dos peemedebistas mais identificados com o ex-governador Roberto Requião é fundamental para isolar o PT na bancada de oposição.
Mas são justamente os peemedebistas que mais militaram na oposição no passado que agora enfrentam maiores resistências entre os tucanos, já que durante oito anos simbolizaram a rivalidade entre os dois grupos políticos.
Os deputados tucanos argumentaram com o governador que o histórico de divergências locais com os peemedebistas torna difícil a convivência com os ex-adversários. Novas rodadas de negociações estão previstas para os próximos dias.
Fonrte: Paraná Online