Sabado às 08 de Marco de 2025 às 11:18:51
Policial

Mulher suspeita de sequestrar criança em Curitiba não foi agredida nem estuprada na prisão, diz laudo

Mulher suspeita de sequestrar criança em Curitiba não foi agredida nem estuprada na prisão, diz laudo

A suspeita apontada como responsável pelo rapto da menina Eloah Pietra Almeida dos Santos em janeiro deste ano, no bairro Parolin, em Curitiba, não foi estuprada nem agredida na prisão, segundo laudo da Polícia Científica. O documento foi obtido com exclusividade pelo jornalista Pedro Neto, do Grupo RIC.

A mulher relatou durante audiência de custódia, no dia 27 de janeiro, que havia sido espancada, abusada e jurada de morte na prisão. De acordo com o exame de corpo de delito, no entanto, Leandra não foi violentada com um cabo de vassoura, não teve os bicos dos seios arrancados e não apresentava lesões graves, como descreveu na audiência. Além disso, não há indícios de que tenha ocorrido espancamento coletivo ou sessão de tortura.

“Eu fui espancada várias vezes pelas detentas. Elas arrancaram ponto do meu seio de tanto puxar, elas me fizeram desmaiar quatro vezes, elas me deram chutes na cabeça, no pescoço e no peito, colocaram as toalhas na minha cara, me juraram de morte depois dessa audiência. […] Elas juraram que até as três horas da manhã vão me matar. Pegaram o cabo de vassoura e enfiaram em alguns orifícios. Falaram que vão enfiar em outros também”, contou a suspeita, em janeiro.

Segundo apurou o Grupo RIC, a suspeita continua presa e pediu para ser transferida do isolamento para uma cela chamada “seguro”, um cubículo destinado a presos que cometeram crimes hediondos, oferecendo proteção contra possíveis represálias de outras detentos.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou a mulher pelos crimes de subtração de incapaz — com qualificadora de emboscada — e falsidade ideológica. O MP atribui à suspeita de raptar Eloah o crime de falsidade ideológica, pois a suspeita teria informado à mãe da criança que era agente de saúde. Além disso, ela apresentou uma carta falsa à polícia, onde declarava, atrás de uma certidão de nascimento da criança, que a mãe estaria entregando a filha de forma espontânea para que fosse cuidada pela suspeita.

A mulher, que já trocou de advogado pelo menos cinco vezes, teve três pedidos de liberdade negados pela Justiça e agora aguarda julgamento.

 

Relembre o caso

Em janeiro, o desaparecimento de Eloah gerou grande comoção no Paraná. No dia 23, ela foi sequestrada por uma mulher que se passou por profissional de saúde e enganou a mãe da criança, levando-a de sua residência no bairro Parolin, em Curitiba.

A rápida resposta das forças de segurança, incluindo a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Ciosp (Centro de Integração de Operações em Segurança Pública de Campo Largo), resultou na localização do cativeiro em menos de 30 horas, em Campo Largo. Em 24 de janeiro, a menina foi resgatada em uma ação coordenada, com a criança sendo devolvida à família.

A suspeita, uma mulher de 41 anos, foi presa e autuada por subtração de incapaz. Ela alegou que a criança havia sido dada à ela pela família, versão refutada pelos parentes da menina. Durante a investigação, foi revelado que a mulher havia tentado abordar outra criança um dia antes do rapto.