Quarta-feira às 11 de Dezembro de 2024 às 08:28:58
Opinião

Sociedade unida para o combate à violência contra a mulher

Sociedade unida para o combate à violência contra a mulher

Os números divulgados recentemente pelo Governo do Paraná a respeito da eficácia do programa Mulher Segura, que vem sendo desenvolvido em 20 cidades, inclusive Campo Largo, pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), geraram um certo "alívio". Segundo informações, a iniciativa diminuiu em 37,93% os casos de feminicídio ao analisar o período de abril a novembro deste ano, em comparação a 2023. O número de casos reduziu de 29 para 18 mortes, o que ainda é lamentável quando pensamos que essa é uma violência de gênero.

Este programa combina ações educativas e operacionais. Ações como oficinas de defesa pessoal, palestras sobre direitos das mulheres e campanhas de conscientização têm trazido cada vez mais o debate de maneira mais aberta à sociedade sobre o enfrentamento da violência doméstica e ainda auxiliado as mulheres, para que elas possam ter uma vida nova após passar por uma situação tão complexa e delicada, gerando conscientização para que isso não ocorra novamente.

Além disso, trabalhar o assunto por meio do projeto "De Homem para Homem" também é uma ação que merece destaque. No patamar que nos encontramos hoje, tanto em visão de sociedade, como também no acesso à informação, sabemos que mais do que criar meios para proteger as mulheres, é necessário provocar uma mudança nas atitudes dos homens, para que eles não vejam o gesto como uma saída ou atitude a ser tomada. Provocar essas reflexões sobre os comportamentos masculinos e buscar mudanças culturais acaba sendo a estratégia mais correta para se prevenir a perpetuação de um ciclo histórico de violência em suas mais variadas formas. Embora a solução não seja imediata, é um passo a mais para criar uma sociedade mais segura a todas as mulheres e homens.  

Ainda nesta semana, aconteceu a aprovação pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do projeto de lei que torna inafiançável o crime de lesão corporal em contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher, o que deve ser visto como um avanço no enfrentamento deste tipo de violência, sendo uma forma de evitar a situação do retorno dos agressores ao convívio com suas vítimas, o que poderia colocá-las de novo em risco e, quem sabe, aumentando as chances de que denúncias sejam feitas com menor receio. O fortalecimento de ações, junto de uma legislação mais severa, se tornam indispensáveis para a atuação de forma preventiva, preservando vidas. É preciso ficar claro para a sociedade que os crimes cometidos contra mulheres não podem e não serão relativizados. A violência doméstica atinge diretamente os fundamentos da convivência social e da dignidade humana, e sua gravidade precisa ser refletida na legislação.