Uma data para celebrar a pureza, a inocência, a criatividade, a alegria e o amor. Assim poderíamos definir o Dia das Crianças, que será comemorado neste sábado, 12 de outubro. Mas, muito embora essa data seja colorida, repleta da ansiedade pelo recebimento de presentes e muita diversão, também ganha outros contornos, que nem sempre são tão fáceis de serem tratados ou mesmo enxergados pela sociedade. É preciso deixar com que as crianças sejam crianças, explorem o mundo e assegurem que elas façam isso de maneira segura, como deve acontecer e o mais saudável possível.
Todos nós, na posição de adultos, sabemos que crescer é um processo que acontece naturalmente e que não pode ser freado. Ele envolve descobertas, aprendizados e sensações. Entretanto, é preciso questionar se as crianças desta geração estão conseguindo ter o contato necessário com a natureza e a realidade que as envolve. Não é de hoje que temos conhecimento sobre os danos que a exposição precoce à tecnologia e à internet trazem, apesar dos seus benefícios. Além dos problemas cognitivos, relacionados especialmente à atenção e ao desenvolvimento da criatividade, ainda há também os riscos dos predadores virtuais, das ameaças invisíveis, que infelizmente estão a um clique de distância. Crianças e adolescentes, ainda sem maturidade para reconhecê-los, podem estar sendo submetidos a sofrimentos preocupantes, que vão desde o vício em telas, jogos até a exposição à pornografia e pedofilia, sentados concentrados em seus celulares e tablets, próximos de nós no sofá.
Entenda leitor, falar sobre isso não é criar um pânico, um alarde, mas fazer com que se tome consciência sobre o nosso papel quanto adulto, seja como pais, educadores, responsáveis, familiares, para que essas crianças sejam protegidas. Manter um diálogo aberto sobre a segurança no ambiente virtual, sobre não compartilhar informações sensíveis e fotos, falar sobre o que se conversa com outras pessoas é criar um ambiente confortável para que a criança e o adolescente se sintam livres para expressarem suas preocupações e indagações.
Porém, o problema também pode estar acontecendo no ambiente real, envolvendo pessoas da nossa confiança, o que infelizmente é o quadro mais comum. Casos de violência e abuso contra crianças e adolescentes são uma realidade em nosso município, basta folhear o jornal até a página Policial. Supervisione os relacionamentos que seus filhos, sobrinhos e crianças que você ama e se preocupa têm com outras pessoas. Esteja atento aos sinais, conheça as famílias, os hábitos e aprofunde o diálogo com eles, criando um espaço de confiança e acolhimento em casa.
Neste Dia das Crianças, ao celebrarmos a infância com a alegria que lhe é devida, vamos renovar também o nosso compromisso de proteção às crianças, que por muitas vezes estão angustiadas por não terem voz ou forças para falar. Lutar pela liberdade e pela segurança das crianças é a primeira bandeira que devemos levantar quando queremos construir uma sociedade com adultos mais promissores e com valores sólidos.
