Uma polarização política e social tem acontecido ao redor do mundo, sendo constatada por pessoas que entendem ou não de política e sociologia.
Uma polarização política e social tem acontecido ao redor do mundo, sendo constatada por pessoas que entendem ou não de política e sociologia. Muitas vezes são atores e incentivadores deste processo, inclusive em Campo Largo. Nas redes sociais sobram publicações que amplificam opiniões extremas, que ao invés de criar um ambiente saudável para a discussão de um assunto complexo, de maneira ágil e democrática, acabam por fortalecer conflitos agressivos, gerando consequências graves à imagem e à saúde mental de diversas pessoas.
É neste sentido, de fortalecer as informações corretas e criar espaços imparciais de opinião pública, que a imprensa acaba tendo um papel ainda mais relevante neste sentido. Dentro da política, consegue exercer a sua função de informar com imparcialidade, fornecendo meios para que o cidadão consiga formar sua própria opinião, que deve ser respeitada. Impor, de maneira agressiva ou até mesmo tendenciosa, visando algum tipo de benefício pessoal, pois isso iria contra o próprio código de ética. Contextualizar um tema, evitar a disseminação de desinformação e não embutir sua própria opinião em um texto são apenas algumas das atividades mais desafiadoras que a profissão nos impõe, mas que devem ser seguidas.
Correndo em paralelo, a educação também desempenha um papel crucial na formação de pessoas conscientes e abertas ao diálogo. Essa prática deve ser incentivada desde muito cedo, levando às crianças dentro de seus lares e também aos estudantes nas escolas uma educação midiática – saber reconhecer, compreender o texto jornalístico e formar opiniões partindo da sua própria visão de mundo -, baseada no respeito e empatia. São as instituições de educação e a família os principais pilares de construção de uma sociedade tolerante, informada, respeitosa e ética.
Assim, ao atingir a juventude e a idade adulta, com o amadurecimento praticamente natural, que vem das vivências e das experiências vivenciadas ao longo da trajetória, deveríamos nos abrir a uma postura mais aberta e receptiva em interações diárias. Assim, é possível praticar a empatia, entender as razões por trás das opiniões do outro e encontrar pontos onde eles possam convergir, ainda que divergências fundamentais possam existir. Não é mudar de opinião, mas ter a consciência que ninguém é dono da verdade.
Redescobrir o valor do diálogo tem sido essencial para evitar que situações desastrosas cheguem a acontecer no futuro. Filtrar o excesso de informações, vindas até mesmo de mídias suspeitas, não se deixar levar pela negatividade que pode sobrecair e causar uma visão de mundo distorcida e pessimista são bons passos para quem quer se tornar uma pessoa mais consciente das suas opiniões, sejam elas de direita, esquerda ou centro. Talvez dessa forma, buscando uma abertura maior para opiniões que até desafiem o nosso próprio senso comum, consigamos contribuir para um Brasil mais coeso, justo e democrático.