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Campo Largo registra queda de 18 para sete homicídios no primeiro quadrimestre de 2023

Dr. Ademair Braga, delegado da cidade, cita três pilares de trabalho que têm sido feitos e gerado resultados satisfatórios na diminuição de crimes

 

Campo Largo registra queda de 18 para sete homicídios no primeiro quadrimestre de 2023

Um dado a ser evidenciado em Campo Largo. Após um ano difícil em 2022, quando 53 homicídios foram registrados, Campo Largo registra queda no número de homicídios no primeiro quadrimestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado, conforme Relatório Estatístico Criminal da Secretaria da Segurança Pública. Foram diminuídos de 18 para sete casos de homicídios neste prazo de tempo.

 

“Nossa expectativa é tornar estes dados de 2022 apenas um fato histórico na cidade, algo realmente do passado. Tivemos sete homicídios, infelizmente, registrados neste primeiro quadrimestre, mas esperamos que estes crimes não voltem a acontecer”, ressalta o delegado Dr. Ademair Braga.

Questionado sobre como tem sido o combate aos novos casos e o trabalho realizado pela equipe, o delegado elencou três pontos principais no trabalho, que geraram estes resultados tidos como satisfatórios. “O primeiro ponto foi o combate à causa; é de conhecimento da sociedade que uma das causas, se não a maior, é o tráfico de drogas, disputa de biqueiras para a venda destes entorpecentes e ainda o ‘poder paralelo’ exercido por estes traficantes, que sentenciam à morte os usuários que tenham dívidas pendentes. Essa causa é de 85 a 90% dos casos de homicídios existentes hoje. Nós temos feito esse combate, também com o trabalho de investigação e operações em conjunto para repressão.”

O segundo ponto abordado pelo delegado como medida para diminuição do número de crimes é justamente o trabalho da investigação qualificada, repressão e a exemplificação, mostrando o Estado atuante para o combate, por meio de prisões, impedindo que estes investigados voltem a agir por meio da agilidade nas investigações e processos.

“Este nos leva ao terceiro ponto, que é justamente a atenção ao colher elementos na cena do crime, dar continuidade ao processo e desarmando estes marginais. Isso nos fez ter uma grande queda nos números. Nós tivemos estes sete casos no início do ano, principalmente concentrados em janeiro, fevereiro e primeira semana de março”, evidencia.

Dr. Ademair diz ainda que houveram tentativas de homicídios na cidade, mas que a investigação foi realizada, culminando na prisão dos suspeitos.

Sobre o panorama da Segurança Pública em Campo Largo, Dr. Ademair ressalta que tem sido satisfatório ver a evolução no sentido das soluções de casos e que a equipe tem seguido o plano de trabalho proposto ao chegar em Campo Largo. Fala também sobre a importante parceria junto à Polícia Militar e Guarda Municipal de Campo Largo, para uma melhor cobertura na cidade.

Sobre os desafios, diz que estão sendo realizadas reuniões para alinhamento e que a tendência é fazer com que inquéritos policiais tramitem com maior agilidade e avancem para solução. 

Desentendimento e natureza humana

A cidade teve alguns casos de homicídios causados por desentendimentos, principalmente. Sobre estes casos, o Dr. Ademair comenta que infelizmente fazem parte da violência humana, que mistura a ingestão de álcool com situações que envolvem fortes emoções, como ciúmes, brigas por jogos, raiva e afloram em atitudes trágicas, culminando em crimes.

“É algo que acaba fugindo do nosso controle, pois são situações espontâneas e momentâneas. O que fazemos é realmente tentar conscientizar as pessoas a cerca destes casos e, ao tomar conhecimento de algum crime desta natureza, nos empenharmos na investigação e prisão de suspeitos”, explica.

Maria da Penha e feminicídio

Sobre os casos envolvendo violência doméstica, Dr. Ademair incentiva que sejam denunciados e diz que a Delegacia de Campo Largo tem mobilizado ações tanto voltadas para a prevenção, como também medidas protetivas, para que crimes de feminicídio não venham a ocorrer.

Conforme divulgação do Governo Federal, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

Queda em 58% das cidades

Além de Campo Largo, outras cidades paranaenses registraram queda no número de homicídios, e mais da metade dos municípios paranaenses não registrou homicídios no primeiro quadrimestre de 2023, conforme dados do Relatório Estatístico Criminal da Secretaria da Segurança Pública.

Ao todo, 233 (58%) cidades não tiveram nenhuma ocorrência do crime e 80 (20%) tiveram apenas um registro no período. O relatório estatístico também aponta que 64 municípios (16%) tiveram de dois a cinco homicídios e apenas nove (2,2%) de 6 a 10 ocorrências do crime. Treze cidades registraram mais de dez homicídios. No ano passado, no mesmo período, 230 cidades não tiveram casos.

O balanço de mortes provocadas registrou queda de 12,3% entre janeiro e abril de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022. Neste ano foram 644 ocorrências, enquanto que no ano anterior foram 735. Houve queda em três dos quatro meses: janeiro, de 208 para 176 (15%); março, de 195 para 147 (24%); e abril, de 172 para 158 (8%).