Não importa qual a sua idade ou o seu tempo de vida, em algum momento dela irá atravessar um momento difícil, desafiador e pode ser até que marcas profundas sejam deixadas em sua vida.
Não importa qual a sua idade ou o seu tempo de vida, em algum momento dela irá atravessar um momento difícil, desafiador e pode ser até que marcas profundas sejam deixadas em sua vida. Pode ser no aspecto social, emocional, profissional, familiar. A vida é uma montanha russa construída a cada dia, onde não há muito como prever e prevenir situações inesperadas. Algumas podem ser consequências dos nossos próprios atos, outras resultado da intervenção de outrem. Há ainda aquelas que somente Deus ou a natureza poderiam explicar.
Seria clichê dizer que nos tornamos mais fortes, talvez. Poderíamos então trazer a palavra resiliente, que é aquela pessoa que consegue desenvolver a capacidade de identificar uma situação, ser flexível e buscar saídas mais rápidas e eficazes, mesmo em momentos de elevado estresse, onde tudo parece ficar confuso, com emoções a mil. Ser resiliente é uma caminhada que vale a pena ser percorrida, uma atribuição a ser desenvolvida e lapidada ao longo do tempo, quando se sabe que não será possível desviar de todas as pedras no caminho, não sendo somente uma demonstração de força, mas a busca pela melhoria da qualidade de vida e administração das emoções diante do risco eminente.
Uma pessoa resiliente não busca culpados e não fala aos quatro ventos que a vida é injusta. Não é nem a questão de se vitimizar ou não diante de uma situação, mas perceber que isso não levará a soluções eficientes e tomada de decisões em situações críticas quando alguma ameaça é identificada. Não precisa ser imediato, em algumas situações traumáticas, somente um tratamento com profissionais e pacientes comprometidos pode ser capaz de ressignificar acontecimentos que geram essas marcas.
O fato é que temos um caso de 20 anos atrás em uma memória bem recente dentro de nossas cabeças. Há 23 anos acontecia um massacre que marcaria a história da humanidade, tirando a vida de 12 alunos e um professor, em uma escola do estado do Colorado, nos Estados Unidos. Devido a toda essa assolação de ameaças que vivemos nos últimos dias, é um fato que nos marcou, embora não tenhamos tido um contato direto. De lá para cá, muitas outras histórias semelhantes, infelizmente, aconteceram, marcando pelas vidas ceifadas no inesperado.
Qual a nossa atitude diante de uma situação dessa? Estamos preparados para lidar com isso, para ensinar nossos estudantes a atravessar uma situação como essa? Talvez hoje, 23 anos depois de vidas levadas pelo fator surpresa misturado à euforia de colegas com um desejo mórbido e infeliz de fazer o mal, estejamos um pouco mais preparados ou rumo a esse "forçado ideal". Hoje, com tecnologia mais aperfeiçoada, conseguimos identificar essas pessoas que realizam ameaças pela internet de maneira mais rápida e assertiva. Protocolos foram criados e ações de melhorias e treinamentos já foram montados e acionados. Atos criminosos vêm sendo punidos, conforme a nossa lei. Ainda temos muito a caminhar, mas ser resiliente não é ter pressa, mas é seguir adiante, independente da velocidade que for necessária.