Domingo às 22 de Dezembro de 2024 às 03:12:48
Opinião

Comunicação bem pensada não gera pânico

"Longe dos meus olhos não parece seguro suficiente." Esta pode ser a sensação de muitos pais ao deixarem seus filhos nas escolas nos últimos dias.

Comunicação bem pensada não gera pânico

"Longe dos meus olhos não parece seguro suficiente." Esta pode ser a sensação de muitos pais ao deixarem seus filhos nas escolas nos últimos dias. Aquele sentimento que somente embaixo das asas estará seguro suficiente, quase como se tívessemos sobrepoderes para conseguir afastar todo o mal. Entendemos o sentimento e partilhamos deles. Porém, também sabemos que dentro das escolas mora o amor, com atenção, ambiente seguro e controlado. Um ponto levantado hoje é que a escola é um dos locais mais seguros para uma criança estar. Ela encontra o suporte e o acolhimento necessários e, em algumas situações, acaba sendo até mesmo mais seguro que a casa da sua própria família.

Ao longo da história, o mundo registrou muitos ataques em colégios e infelizmente ninguém está completamente livre. Graças a uma atuação rápida, não foram ainda mais tristes do que os relatos nos apontam hoje. Foram professores e colaboradores de maneira geral que mostraram o que fazer naquele momento de pânico para muitas crianças e adolescentes que se sentiram vulneráveis. Por isso, treinar essas pessoas se torna fundamental. O mesmo dizemos das forças de segurança, que mesmo com um efetivo baixo, ainda se esforça para fazer o melhor.

Da mesma forma, não deixar impunes estes que tanto prejudicam a sociedade ao disseminar notícias falsas, sendo autores do pânico e agentes da histeria. Devem responder por seus atos, servindo também de exemplo do que não deve ser feito. Assim como a sociedade também deve fazer a sua parte. Fomentar mensagens que causam medo, pânico e angústia não é uma atitude que possa ser relevada. Ao receber este conteúdo e suspeitar de ações, entre em contato com as forças de segurança, com a instituição de ensino, mas não passe adiante. Eles querem visibilidade, ficar famosos, ainda que seja em uma galeria de vilões, uma atenção que nunca receberam.
Pais e responsáveis também devem manter um bom diálogo com seus filhos, estar cientes do que eles estão assistindo, acessando e levando para a escola, pois isso faz com que a segurança aumente. Crianças e adolescentes gostam de orientação e limites, ainda que não admitam.

Nós, como imprensa, estamos caminhando para informar, sem espalhar a semente do "fazer parecido". É um desafio, do qual a imparcialidade não impera, de certa maneira. Precisamos evidenciar mais a punição, falar menos do agressor, do caso em si, da exposição das vítimas. Falar sobre a prevenção, atos que farão com que essas situações deixem de existir e mostre que há pessoas e profissionais empenhados em manter a Lei, ordem e segurança. Com cada um fazendo sua parte, conseguiremos ter uma sociedade mais segura e um fluxo de comunicação mais aberto e assertivo.