Viver no Brasil tem custado caro. O dinheiro já não vale o que está impresso nas notas e nosso poder de compras está indo, literalmente, por "água abaixo". Ir ao mercado e conseguir comprar o que quer, escolher as marcas favoritas tem sido um grande desafio para quem precisa equilibrar o orçamento. Na verdade, isso parece ter ficado em um passado distante, se é que já fez parte da realidade da maioria. Quatro meses passaram desde a nova administração, muita coisa mudou e ainda estamos colhendo frutos saborosos e na mesa de poucos haverá picanha na Páscoa...

Cada dia mais, para conseguir suprir compras básicas é necessário reservar uma boa fatia do salário, que também precisa ser aplicado em moradia, água, luz, internet, locomoção - seja por meio de passagens de transporte público, combustível ou transporte por aplicativo -, e quando existe possibilidade, investir em estudos, planos de saúde, além de gastos com lazer e diversão. Afinal, é preciso espairecer a cabeça para não "enlouquecer".
Ainda há os gastos anuais e que muitos acabam precisando adiar o pagamento ou se comprometer com cartão de crédito, como IPTU, IPVA, taxas diversas, Imposto de Renda e tantos outros... Desta forma vamos vivendo, contando moedas, segurando de um lado, apertando do outro, mas ainda assim alguns com contas abertas e perdendo noites de sono para encontrar soluções para pagar.

Está difícil viver neste país, não só economicamente, mas também emocionalmente. Diariamente, temos conhecimento de casos envolvendo a criminalidade, que deixam marcas profundas e geram revolta, instalando em todos um sentimento grande de revolta e insegurança. Em menos de dois meses, dois relatos de ataques em escolas, um ambiente tido como extremamente seguro. Vamos precisar reavaliar e deixar estudantes e profissionais mais seguros, quebrar a cultura do ataque a inocentes antes mesmo que ela se forme.

Assim vamos vivendo, mais do que esperando melhora chegar, quem sabe com investimentos ou com novas empresas, mais emprego, dinheiro girando e economia a todo vapor, fazendo o que nos cabe, buscando meios de sobrevivência. Embora pareça difícil, acima de tudo, devemos nos empenhar em fazer nosso próprio futuro, sem depender dos grandes acontecimentos do governo para nos mover. Essa é uma particularidade admirável do brasileiro, que parece encontrar alegria, bom humor, vendo sempre o copo mais cheio do que vazio é o que nos mantêm em pé. Que essas lentes coloridas para enxergar a vida, mesmo na adversidade, possam ser fortes o suficiente para mostrar cada dia mais que este povo bravo não foge da luta, mas vai mais adiante e consegue fazer a diferença.