Dados assustadores sobre dívidas dos brasileiros foram divulgados recentemente. De acordo com levantamento realizado pelo Serasa Experian, atualmente no Brasil são 70,1 milhões de pessoas endividadas, o que representa um salto bastante expressivo, visto que em janeiro de 2018, por exemplo, eram 59,3 milhões de pessoas endividadas.

Os valores das dívidas também não são nada auspiciosos. Cada inadimplente está devendo em média R$ 4.612,30, sem uma previsão positiva de quando conseguirão quitar este valor. O aumento da inflação causado pelas situações globais de pandemia por Covid-19 e Guerra entre Ucrânia e Rússia, foram fatores de grande influência para que estes números disparassem. Ao contrário do que muitos pensam, essas dívidas não são advindas de coisas supérfluas, mas de gastos com alimentação, remédios e combustíveis, itens que acabam se tornando cada vez mais caros e quase inacessíveis. Não se pode dizer que há como ir ao mercado com o mesmo poder de compra de alguns anos atrás, por exemplo.

Em grande parte, dívidas de cartões de crédito são as mais expressivas, com taxas de juros extremamente altas, que se tornam uma bola de neve cada dia. Torna-se insustentável pagar e muitos acabam as ignorando, ficando até com certo receio de olhar o valor em andamento. Ao contrário do que se pensa, os bancos não fornecem soluções eficazes de resolução destas situações, colocando mais taxas e valores de serviços que deixam os valores astronômicos. Renegociações de dívidas que atrelam peso a um orçamento apertado de quem vive na realidade de um salário mínimo ou muito próximo de um valor compatível com pagamento de moradia e contas inevitáveis (água, luz, supermercado, internet). Pessoas com poder aquisitivo mais alto também se encontram endividadas.

A vida então se torna um eterno acordar, trabalhar para tentar pagar dívida e noites de sono mal dormidas, sem vontade de viver praticamente. Ao se colocar no lugar destas pessoas, fica difícil imaginar por quantas tribulações passam ao precisar conviver com o peso deste endividamento e se perguntarem se há solução disponível dentro dos próximos meses para que possam respirar aliviadas.

Há previsão de lançamento de um programa para endividados a nível nacional, mas nenhuma informação foi dada a mais além disso, sobre como vai funcionar e quem será contemplado. O que se sabe é que além de um programa para suprir essa demanda emergencial é necessário reverter a situação econômica no país, baixando juros e inflação, promovendo emprego e maior circulação do dinheiro, para que as dívidas não se tornem um hábito e o povo brasileiro perca seu brilho, ofuscado pela preocupação em garantir as contas do próximo mês.