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Opinião

O poder das narrativas e o risco para a sociedade

Está inerte ao ser humano o interesse pelas histórias

O poder das narrativas e o risco para a sociedade

Está inerte ao ser humano o interesse pelas histórias. Desde os primórdios da humanidade, construir narrativas sobre diversos assuntos era o que norteavam tomadas de decisões, onde ir, o que fazer, o que comer e com quem andar aconteciam e eram espalhadas ao vento, moldando pensamentos de gerações e famílias inteiras. Todos já estivemos influenciados - e ainda estamos - por narrativas bem construídas, que envolvem cenários, vilões, mocinhos, heróis e grandes soluções; assim como, também já criamos narrativas que foram convincentes em determinados momentos da nossa vida.

Porém, essa narrativa quando aplicada ao poder pode influenciar não somente uma pessoa, mas várias, fazendo com que tenham olhos para uma só ideologia ou pensamento. Literalmente as tornando cegas. Por isso, em alguns casos a desconstrução de conceitos importantes podem levar a atitudes extremas - como acampar em frente a um presídio ou mesmo invadir prédios públicos em defesa de um político ou ideia que para aquela pessoa é a verdade absoluta. Uma desconstrução de um conceito que nos molda como cidadãos que respeitam a vontade e o livre arbítrio do outro pode levar comunidades e mesmo países inteiros à ruína.

Não há como negar que o mundo de hoje é bastante sensível à criação de novas narrativas, incluindo dentro delas perspectivas políticas que nem sempre possuem uma ligação lógica. Assim como, não é possível mesclar narrativas tão conflitantes, ao invés de promover a união de um pensamento congruente com o melhor para todos, acaba gerando o velho e usual “nós contra eles”. Isso serve para esquerda e direita.

Neste caso entram todas as armas possíveis para ajudar a quem possa interessar. Distorções de declarações, imagens, fake news, manipulações, repetições de ideologias em “palavras bonitas” e mesmo as “cortinas de fumaça”, que levam as pessoas a se interessarem ou acreditarem em algo completamente oposto ou diferente, enquanto um assunto relevante e que deveria ocupar os debates de ideias de populares, tornando as conversas muito mais produtivas. Quando algo não usual, ou que em geral não receberia muita atenção, está sendo muito difundido, comece a buscar ainda mais informações sobre política, economia e assuntos que acabam movimentando mais a nação.

A melhor maneira de derrubar ou compreender a fundo o que as narrativas nos impõe é questionando, trazendo à luz conceitos e verdades não tão claras. Quando isso acontece, todas as “outras verdades” também acabam sendo questionadas.