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Opinião

Que comida cara!

Itens básicos dentre comidas e bebidas são grandes vilões da inflação em 2022

Que comida cara!

Chega início do mês, momento em que muitos vãos aos supermercados, açougues, casas de frutas e têm a reação quase instantânea de dizer “que caro!” ao se deparar com o valor dos produtos nas prateleiras e balcões. E não é para menos, visto que especialistas apontam itens básicos dentro de comidas e bebidas como grandes vilões da inflação em 2022. No início de janeiro deste ano foi divulgado o resultado do Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é justamente o principal índice inflacionário do país e apresentou alta de 5,79% no ano passado, marcado especialmente pelo aumento de preço dos alimentos e bebidas.

De acordo com pesquisa realizada no final de 2022 pela plataforma Cesta de Consumo Horus & FGV IBRE, o valor médio da cesta de consumo básica de alimentos de dezembro de 2022 subiu em relação ao mês de novembro em cinco das oito capitais analisadas mensalmente, inclusive em Curitiba, referência no Paraná, com alta de 4%, chegando a custar uma média de R$ 804,71. Em contrapartida o Estado do Paraná divulgou que as seis maiores cidades do estado apresentaram redução nos preços de alimentos e bebidas em dezembro de 2022, conforme o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), em informe mensal a partir da análise da média de preço dos 35 itens alimentícios mais consumidos pelas famílias, com destaque na redução em produtos como banana-caturra e a batata-inglesa, de 23,65% e 9,61%, respectivamente.

Mas afinal, por que os alimentos estão tão caros? Buscamos respostas e as justificativas giram em torno de fatores climáticos – visto que há dois anos o país como um todo enfrenta instabilidade climática especialmente pelo efeito do La Niña, gerando excesso de chuvas e geadas fora de época –,  desvalorização cambial – ou seja a desvalorização do real em relação ao dólar como fator na escalada de preços de alimentos – e o aumento dos preços das commodities – impactados especialmente após o início da guerra entre a Ucrânia e Rússia.

Com isso, cabe ao consumidor ser criativo e realizar boas escolhas na hora de comprar mantimentos, mantendo a lei do zero - ou quase zero - desperdício. Há estratégias antigas usadas pelos brasileiros para conseguir comprar, ainda que o poder de compra esteja corroído pela inflação no país. Entre elas, a boa e velha lista de compras, com foco no que realmente está precisando ser comprado; não levar junto as crianças para o mercado; fazer diversas pesquisas de preços, comparações e alguns estão adeptos às compras em atacado, entre outras estratégias possíveis. Se essas táticas serão aperfeiçoadas ainda mais em 2023, é difícil dizer. Há perspectiva de redução no preço dos alimentos neste ano, porém, ir ao mercado e “tomar um susto” com os preços parece que irá continuar ao longo do ano, infelizmente.