Sabado às 07 de Dezembro de 2024 às 06:09:14
Saúde

Saúde física, intelectual e mental são pilares para o envelhecimento ativo

No  dia 01 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Idoso, uma data especial, voltada à conscientização da saúde e do envelhecimento saudável, ou ativo.

Saúde física, intelectual e mental são pilares para o envelhecimento ativo

No  dia 01 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Idoso, uma data especial, voltada à conscientização da saúde e do envelhecimento saudável, ou ativo. De acordo com publicação feita pelo Jornal da USP (Universidade de São Paulo), citando a Organização Mundial de Saúde (OMS), há estimativa da população com idade superior a 60 anos chegar a dois bilhões até 2050. Em 2016, o Brasil tinha a quinta população mais idosa do mundo e há estimativa que em 2030 o número de idosos ultrapassará o total de crianças de zero a 14 anos.

“Envelhecer é um privilégio”, diz a médica geriatra Valderez Parolin Teixeira, que explica que os cuidados para que este processo seja prazeroso deve acontecer desde a juventude. “Devemos ter em mente que este é o corpo que iremos carregar por toda a nossa vida, desde que nascemos até morrermos. Por isso, manter a consciência de que o cuidado com a saúde inicia na juventude é essencial. O grande segredo do envelhecimento saudável é manter-se ativo e ter noção de prioridade, no cuidado da saúde, equilíbrio e que você, a sua vida, é a mais importante. Se você não está bem, não há como cuidar do próximo.”

Para que esse envelhecimento seja um processo bom, saudável e garanta um corpo sempre em movimento, é necessário estar atento a alguns pontos. “É preciso cuidar sempre da alimentação, preferindo alimentos naturais, saudáveis e evitando os processados, com muito sódio ou açucarados. Também é preciso manter um corpo em movimento, com atividade física regular. E jamais se esqueça de cuidar da mente, da parte intelectual, exercitando-a constantemente”, completa.

Para a parte intelectual, Dra. Valderez indica que sejam realizadas leituras, jogos – que contribuem também com o aspecto social –, realização de cursos, que podem ser de temas do interesse e valem mesmo se forem online, por exemplo, e aprender idiomas. “Já foi provado que aprender idiomas faz com que os dois lados do cérebro trabalhem, aumentando as conexões. Este é um exercício cerebral maravilhoso, que além de estimular a mente, faz com que a pessoa tenha contato com outras culturas também”, enfatiza.

Rotina médica
Durante a pandemia, Dra. Valderez comenta que muitos idosos ficaram sem consultas de rotina, o que trouxe avanço de doenças pré-existentes, por exemplo, e aparecimento de outras, com diagnóstico tardio, o que prejudica o tratamento. É de extrema importância manter um médico de confiança, que conheça o histórico do paciente e familiar, saiba quais exames pedir e em qual periodicidade, bem como acompanhe os tratamentos medicamentosos de comorbidades como diabetes, hipertensão, entre outros.

O cuidado com a saúde bucal também entra no plano de rotinas odontológicas, mantendo frequência adequada de consultas, ajustes em dentaduras e próteses, limpeza e obturações.
A atenção à saúde mental também envolve o emocional do idoso. “Por dois anos os idosos ficaram isolados praticamente da realidade. Não podiam fazer coisas simples, não podiam rever os amigos, os familiares, por medo do contágio pela Covid-19. O que eles tinham à disposição deles eram notícias pesadas, internamentos e morte de pessoas de familiares, amigos e pessoas que eles admiravam. Isso vai impactando a saúde mental e gerando quadros de depressão extremamente graves, que podem acelerar casos de demência, por exemplo”, explica.

Etarismo
Dra. Valderez comenta que um dos assuntos tratados durante os congressos de Geriatria é etarismo e a necessidade de derrubar preconceitos relacionados à idade das pessoas também.
“Nós temos hoje uma população idosa cada vez mais ativa. Não somente que vemos na televisão, os atores e atrizes com mais de 90 anos e trabalhando ainda, mas no nosso dia a dia. São pessoas lúcidas, que se cuidam e chocam muitos ao dizerem suas idades. Em pleno 2022 ainda há idosos que ouvem ‘você está muito velho para essa roupa’, ‘você está muito velho para esse cabelo’, pessoas que reclamam de direitos adquiridos pela população idosa. Isso não pode acontecer, é inadmissível. O respeito à individualidade e a empatia é o que cabe a nós, independente da idade, gênero, cor da pele, opção sexual, religião, entre outras características que nós fazem únicos”, completa.

Atenção aos cuidadores
Assim como se deve ter cuidado com o idoso, em casos onde há necessidade de um cuidador, a atenção também se volta para ele. “Estamos falando aqui sobre cuidadores que estão no vínculo familiar, filhos, sobrinhos, netos, pois o profissional é o trabalho dele, ele cumpre o horário e consegue distrair sua mente com outras tarefas do dia a dia, mas o cuidador que é familiar do idoso, muitas vezes não. Há familiares dedicados 100% do seu dia ao idoso, inclusive finais de semana e feriados, levando às rotinas médicas e atendendo à noite. É importante que eles também tenham momentos para cuidar deles mesmos, que descansem e que esse cuidado do idoso seja dividido entre os demais familiares também”, conclui.