Folha realizará um mês de conteúdo voltado ao tema, incluindo live nesta sexta-feira (06/05)
A maternidade é comumente idealizada como um período de plenitude emocional. Acredita-se que o amor materno é suficiente para garantir o sucesso do papel de mãe. Seguindo essa lógica, se não há realização no papel materno, é porque o amor falhou. Assim, as mulheres vão sentindo a maternidade cada vez mais envolta em julgamentos, cobranças, sentimentos de culpa e de insuficiência. As mães adoecem, cada vez mais.
É com base nesta realidade que iniciou em 2021 a campanha Maio Furta-cor, com objetivo de sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna. Afinal, quem cuida da mãe enquanto ela se volta aos cuidados dos filhos? A mulher, que nem sempre consegue se dedicar da mesma forma ao trabalho e demais atividades que tinha antes de ser mãe, passa a ter que administrar diversos desafios para reencontrar seu equilíbrio. Muitas vezes a “conta” não fecha, pois faltam horas no dia para conseguir se dedicar a tudo que gostaria e o resultado é uma mulher exausta, que muitas vezes passa a sofrer e não se reconhecer.
Casos de depressão entre mães têm crescido significativamente, principalmente na pandemia, pois tiveram tarefas dobradas com os filhos em casa. Neste mês do Dia das Mães, nada melhor que voltar os olhares para elas, que muitas vezes estão precisando de ajuda para continuarem exercendo seus inúmeros papéis. Também é preciso falar abertamente sobre rede de apoio e as dores e alegrias que permeiam o dia a dia mulher mãe.
Por que Furta-cor?
Furta-cor é uma cor cuja tonalidade se altera de acordo com a luz que recebe, não havendo uma cor absoluta para aquele que lança o olhar. No espectro da maternidade não é diferente, nele cabem todas as cores. A maternidade tem cores: preta, branca, amarela, indígena. As cores da maternidade não se anulam, não são iguais nem formam uma cor só. Suas cores são suas diferenças na igualdade do direito de ser mãe.
Por que esta ação?
Ao longo da história da humanidade, em especial nas últimas décadas, as mulheres têm sido unicamente responsabilizadas pelos cuidados dos filhos. Assim, depositam-se nos ombros das mulheres as infindáveis obrigações de cuidar, educar, zelar pelas crianças e manter o ambiente doméstico.
Pouca ou nenhuma atenção tem sido dada aos fatores que contribuem para o sofrimento mental das mulheres diante das crescentes demandas da maternidade. Isso as leva vivenciarem esse papel imersas em um elevado nível de exigência, sentimentos de autorreprovação, insuficiência e culpa.
Maternidade precisa de luz, apoio e cuidado. Para existir, requer o olhar engajado de todos. Sem manuais, sem regulamentos. Levantar a bandeira de uma maternidade furta-cor, livre de tabus e silenciamentos, é promover saúde mental.
Conteúdo focado na Saúde Mental Materna
Essa é uma matéria inicial para divulgar a campanha e a live que será realizada nesta sexta-feira (06/05) às 15h no Facebook da Folha de Campo Largo. Terá a participação da psicóloga Juliane Gequelin, que é a responsável por trazer essa ideia para Campo Largo, em apoio à campanha Maio Furta-Cor, a qual foi idealizada pela psicóloga Nicole Cristino e a psiquiatra Patrícia Piper.
A ideia da live é para que, ao vivo, além de abordar importantes assuntos com foco da saúde mental, também seja possível que as mulheres tenham a oportunidade de tirar dúvidas. Após a live, três temas de destaque serão divulgados em formato de matéria nas demais semanas do mês, como orientação e ajuda na reflexão do tema. O objetivo é também desmistificar as idealizações e preconceitos em torno do tema da maternidade.
Assuntos: Entre os assuntos que serão abordados está o processo de tornar-se mãe, o quadro de exaustão física e emocional, a ausência de rede de apoio, a influência da pandemia, Baby blues, depressão pós parto, ansiedade, solidão materna, desafio de ser mãe em outras fases do desenvolvimento dos filhos (exemplo adolescentes), mães de luto, entre outros.
Os pontos citados também serão abordados diretamente e presencialmente a mães que neste momento se encontram com os filhos hospitalizados nos hospitais do município que possuem leitos de UTI neonatal. Para isso, serão realizadas rodas de conversa no Hospital Infantil Waldemar Monastier e também no Hospital do Rocio.
Apoio à causa
Vendo a necessidade de ampliar a divulgação desta campanha, a psicóloga Juliane Gequelin pediu apoio à Folha. A campanha em Campo Largo foi ganhando forma e foi abraçada por um grupo de amigas, todas mães, que juntas também realizarão ações nos dois hospitais da cidade.
Empresas da cidade também apoiaram a causa, pois percebem a importância de desmistificar o tema, valorizar as mães de modo integral, para que estas encontrem seu equilíbrio emocional e possam ser compreendidas e apoiadas em suas necessidades, pois saúde mental materna importa.