Acidentes envolvendo quedas podem ser evitados, com equipes especializadas ou com equipamentos adequados de segurança; afogamentos são evitados principalmente com supervisão
Chegada a época do ano em que pessoas de férias decidem limpar as caixas d’água, consertar ou instalar antenas e telhado por conta própria, instalar luzes de Natal, entre outras tantas tarefas que envolvem altura, porque têm um tempo livre e desejam resolver problemas pendentes. Ou ainda, que procuram locais para banhar-se – muitas vezes impróprios – e arriscam suas vidas.
A Folha de Campo Largo conversou com o 2º Tenente Fellipe Pacheco dos Santos, comandante da 1ª Seção de Bombeiros de Campo Largo, que contou que até 25 de novembro deste ano haviam sido registrados 32 atendimentos pelo Corpo de Bombeiros. “A maior parte das quedas de plano elevado que nós atendemos são relacionadas aos reparos em telhados. Agora com o Natal, tanto na instalação, como a retirada dos enfeites, infelizmente é comum pessoas usarem escadas precárias, bancos e cadeiras sobrepostos em mesas, que não oferecem segurança alguma.”
Trabalhadores que realizam serviços em locais altos são regulamentados pela NR35, conforme explica o tenente, que dita sobre os preceitos de segurança. “Eles têm uma legislação que regulamenta o trabalho com todos os equipamentos de segurança, como capacete, cinto, amarração de escadas e andaimes, acima de 2 metros de altura. Caso a empresa não utilize o equipamento de segurança cabe uma representação no Ministério do Trabalho, que fiscaliza essa parte de segurança”, adverte.
Sobre o proprietário fazer o serviço em casa, o bom senso é o regulador. “O que regulamenta para quem não é trabalhador dessa área é o bom senso. Avaliar se está em condições físicas, psicológicas para fazê-lo. Muitas vezes a pessoa só descobre uma vertigem quando já está no alto”, explica.
O tenente recorda que em agosto aconteceu o granizo, que atingiu quase mil pessoas em Campo Largo e houve muita preocupação com acidentes que pudessem acontecer por conta da urgência no conserto dos telhados das casas. “Nós sempre orientamos que se a pessoa for fazer algum reparo no telhado, ela espere por um tempo estável, sem vento, para fazer o serviço com qualidade”, orienta.
O que fazer em caso de acidentes
A primeira atitude é ligar para o Corpo de Bombeiros no 193. “Será feita uma triagem com um médico, para saber o que está acontecendo com ela e dará a melhor informação sobre como proceder”, orienta.
O Corpo de Bombeiros, em uma primeira avaliação durante os atendimentos a acidentes prioriza a permeabilidade das vias aéreas, faz o controle de grandes hemorragias e estabiliza a vítima. “Nós pedimos para que não mexa na vítima, pois ela pode ter lesão na cervical ou fratura que se agrave ao mexer. Mas se ela cai e está engasgando no próprio sangue, ou vomitando, deve-se fazer a lateralização da vítima, que é uma manobra técnica, mas é mais importante garantir a vida dela do que evitar uma lesão. Isso acontece principalmente em casos de traumatismo craniano. Isso deve ser feito com o máximo cuidado, movimentando o mínimo possível, apenas para ela expelir esse líquido e se possível fazer com duas pessoas, uma segurando a cabeça e outra movimentando com extremo cuidado o corpo”, diz.
Repletas de energias, renovadas nas férias, as crianças também precisam ser orientadas sobre os riscos das alturas. “Elas ficaram muito tempo presas em casa por causa da pandemia, então o que nós recomendamos é que as deixe brincar, mas supervisão dos pais sempre e para todas as idades. Os acidentes com crianças acontecem quando não há supervisão. Aconteceu queda envolvendo criança? Não mexa nela, não pegue no colo, liga para o Corpo de Bombeiros”,
Afogamentos
Em 2020 aconteceu somente um caso de afogamento em Campo Largo, mas o tenente orienta que nadar tem dia e local próprio para acontecer. “No verão, durante dias de calor, há uma incidência maior de casos de afogamento na região. Em Campo Largo principalmente na Lagoa e pedreiras abandonadas. Esses locais não são próprios para banho. Ainda que a água apresente certa qualidade, o fundo é irregular, o que aumenta a possibilidade de acidentes”, reforça.
Jamais se lançar para fazer o salvamento, pois podem ser duas vítimas do acidente. A orientação é jogar itens que boiam, como garrafas pet, tampas de isopor ou disponibilizar cordas, varas para retirar a pessoa.
“Nós temos muitos casos graves no Brasil, que são de afogamentos em baldes, que chega a ser absurdo, mas acontece porque não há supervisão. Além disso, a maioria dos acidentes envolvendo crianças acontece quando elas não estão com os pais”, alerta.
Em casos de banhos de cachoeira, evite pular – principalmente de ponte – para evitar acidentes graves, colidindo a cabeça com pedras, por exemplo, que levam a paralisia de membros inferiores, afogamentos e até a morte.
Procurar sempre por locais onde tenham salva-vidas, por se tratar de uma segurança a mais na hora de se divertir. A Cachoeira do Panelão é uma sugestão segura de passeio, visto que tem salva-vidas do Corpo de Bombeiros.