A Folha confirmou com a família que o ex-vereador Claudio Thadeu Cyz morreu na manhã desta terça-feira (16) em um hospital da Lapa.
A Folha confirmou com a família que o ex-vereador Claudio Thadeu Cyz morreu na manhã desta terça-feira (16) em um hospital da Lapa. Ele foi contaminado pela Covid-19 há cerca de cinco meses e estava internado devido a complicações da doença. Ele foi cremado no Cemitério Vaticano, em Almirante Tamandaré, nesta quarta-feira (17). Ele, que também era advogado, é envolvido em um caso judicial que impactou muitos campo-larguenses e ainda não teve um desfecho.
Após ter sido prescrito o processo contra ele, morava em Curitiba, mas mantinha uma vida reservada. Seus bens foram leiloados por determinação da Justiça, em abril de 2020, e a Folha teve informação que em breve devem acontecer pagamento às vítimas do golpe, mas que representam apenas uma pequena porcentagem da dívida.
O caso
Ele desapareceu de Campo Largo no dia 17 de março de 2006 com sua mulher Adelir Suzuki. A casa onde o casal residia foi depredada. A população acompanhou, na época, durante vários dias o trabalho da Polícia, na busca de computadores, documentos e provas, no escritório e na residência do ex-vereador. Havia a expectativa de que, no cofre do escritório ele guardasse boa parte do dinheiro que devia aos aplicadores, mas todos ficaram frustrados ao descobrirem que nada havia, além de documentos.
Ele havia sido condenado por crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores (Lei 9.613/98), crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei 7.492/86) e Estelionato (art. 171). Durante alguns anos recebia dinheiro de clientes em seu escritório em Campo Largo, com a promessa de aplicar os recursos no mercado financeiro e pagava mensalmente rendimentos que variavam entre 3 e 5%. Seu desaparecimento da cidade, em 2006, com o consequente fechamento do escritório, causou sérios prejuízos aos clientes e à cidade. Muitos haviam entregue a ele a poupança de uma vida inteira, e acreditavam estar aplicando na Bolsa de Valores.
Em setembro de 2014, a Juíza Federal Substituta Gabriela Hardt declarou extinta a punibilidade dos réus Claudio Thadeu Cyz e sua esposa Adelir Suzuki, acusados dos crimes citados acima. De acordo com o despacho, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região reconheceu a prescrição dos crimes. A sentença foi reformada e estipulada aos acusados 01 ano de reclusão por infração ao art. 16 da Lei nº 7.492/86 para os réus Cláudio, Adelir e Moacir; e 01 ano e 08 meses de reclusão por infração ao art. 168 do CP para os acusados Cláudio e Adelir. Mas, por terem entendido que foi prescrito, os acusados não cumpriram nenhuma pena.
Leilão
Os imóveis que foram a leilão são a casa em que ele morava - na Rua Engenheiro Tourinho, com área construída de 267,50m2 em um terreno de 310,50m2, a qual foi avaliada em R$ 566.824,86 –, um imóvel perto do antigo Fórum – na Rua Centenário com área total de 435m2 avaliado em R$ 684.953,79 - e um terreno em condomínio na Estrada Dom Rodrigo, de 106,25m2 privativo e avaliado em quase R$ 33 mil.
No litoral, foram leiloados uma fração ideal de 25% de um apartamento de 237m2 em Matinhos e também um apartamento em Itapema frente para o mar, o qual foi avaliado em mais de R$ 575 mil. Além dos imóveis, quatro veículos - caminhão, um Ômega, micro-ônibus da Hyundai e Xsara Picasso. Não foram divulgados os valores finais de venda.