Entre multivitamínicos, whey protein, colágeno, multiminerais, creatina, BBCA e tantos outras dezenas de tipos de suplementos que existem no mercado hoje, dois pontos são certos: que eles são benéficos sim para a saúde, desde que usados com orientação profissional. No Brasil, o consumo destes produtos aumentou durante a pandemia de Covid-19, conforme pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), que mostrou que houve um aumento de 48% no consumo de suplementos durante o isolamento social, principalmente ligados ao aumento da imunidade.

“Primeiramente precisamos ter em mente que o melhor remédio que existe para a nossa saúde é o nosso alimento. Nós vamos buscar a suplementação de quaisquer componentes necessários somente se ele não puder ser suprido com a alimentação, pois o que precisamos preconizar é a saúde. Hoje, 98% das pessoas não são atletas profissionais e, por isso, com uma dieta bem balanceada conseguem alcançar as metas estabelecidas. Quando falamos de atletas profissionais, com alto rendimento, então é mais comum utilizarmos suplementação”, explica Tatiani Cavalli, nutricionista (CRN/ Pr -3942), especialista em Atividade Física e Saúde, Nutrição Esportiva, Fitoterapia e Nutrigenética e profissional habilitada pelo Clube de Futebol Barcelona em Nutrição no Futebol.

As consequências do uso de suplementos alimentares sem a devida orientação de um profissional são várias. “Vamos usar o exemplo da cafeína, usada para um melhor rendimento na hora da prática esportiva, pois aumenta a energia e a resistência física. Porém, quando usado de maneira incorreta ou para um perfil inadequado de paciente – uma pessoa mais ansiosa por exemplo – seu efeito pode ser perigoso, incluindo problemas cardíacos no futuro.

O próprio whey protein, quando usado de maneira incorreta, pode gerar lesões no fígado. Ou ainda, não alcançar o efeito desejado, causar frustração e descontar na alimentação”, alerta.
Outro ponto importante que a nutricionista alerta é para o uso de hormônios, que deve ser acompanhado por médico endocrinologista. “Existem, sim, casos onde há necessidade de reposição hormonal, mas o profissional que acompanha esse processo é o endocrinologista, pois saberá administrar as doses e quais hormônios necessários para aquele indivíduo. Assim como o educador físico é o responsável pelos treinos e o psicólogo pela terapia. Quando atuamos juntos, cada um em sua área, mas de maneira combinada, conseguimos elevar ainda mais os resultados dos pacientes. Não existem milagres, existe muita dedicação e esforço para conquistar suas metas e objetivos”, enfatiza.

Para cada um, uma dieta
“Dieta não é ruim, ela é um hábito saudável a ser desenvolvido. As pessoas vão passar a vida toda comendo, precisam fazer isso de maneira adequada, para que tenham qualidade de vida”, destaca a nutricionista. Por isso, cada pessoa precisa ter a sua dieta e sua rotina alimentar, uma análise feita de maneira individual e respeitando as chamadas “janelas de oportunidade”, para melhor absorção de nutrientes, elevando a saúde. Tatiani alerta que jamais uma dieta personalizada para um indivíduo deve ser repassada para o outro, sob consequências de danos ao corpo e à saúde.

“Durante uma consulta com o nutricionista, a rotina total do paciente – horários de sono, trabalho, treino, lazer -, o que ele está acostumado a comer e quanto come, quanto ingere de água durante o dia, se tem um intestino regulado e principalmente qual o objetivo desse paciente – perda de peso, ganho de massa, reeducação alimentar, é muitas vezes mais importante que o peso total da balança. Nós avaliamos o peso, mas consideramos todos os componentes, que incluem água, massa magra e gordura, por exemplo, na avaliação e no progresso”, acrescenta.

A nutricionista Tatiani finaliza enfatizando que este é um projeto de vida. “Pensar saudável é o primeiro passo para quem precisa mudar. Sempre é tempo de rever sua alimentação e acrescentar nela alimentos frescos e saudáveis, que proporcionarão mais vida, longevidade e saúde”, conclui.