Desde os anos 20 deste milênio nós estamos sendo tomados por notícias angustiantes.
Desde os anos 20 deste milênio nós estamos sendo tomados por notícias angustiantes. Parece não haver raios de sol em meio a uma neblina intensa que assola a humanidade. Como se não bastasse a saúde pública que vem para nos deixar isolados, nós também precisamos presenciar situações angustiantes vivenciadas por seres inocentes, os crimes cometidos contra crianças. Um tema bastante pesado para ser tratado em um editorial, em uma edição de feriado religioso, sim, mas necessário para que possamos abrir nosso olhos para uma realidade que está acontecendo no nosso país.
Este dia 02 de junho de 2021 marcou um ano da morte trágica do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de apenas 05 anos, que faleceu de maneira extremamente trágica ao despencar do 9° andar de um prédio de luxo na cidade de Recife, em Pernambuco. Foram dias de angústia, que o Brasil acompanhou a dor da mãe e os pedidos de justiça que ainda ecoam em todo o Nordeste e no País, que não levarão aos braços de Mirtes Renata Santana de Souza, a mãe, o menino de volta, mas quem sabe mostrarão que só homenagens não bastam no país. É preciso pagar pelo abandono que resulta em morte também.
Quase no mesmo dia, ainda no dia 01, o país acompanha ainda Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, vereador, acusado de torturar seu enteado de 03 anos de idade. A mãe do menino também foi indiciada por omissão e tortura imprópria e ambos irão responder por falsidade ideológica, por prestarem informações falsas ao hospital. A tortura resultou, de acordo com a Polícia do Rio, na morte da criança. Pessoas que deveriam proteger, amar, respeitar e ensinar sobre respeito, foram as primeiras a violarem conceitos sagrados sobre a vida e o amor ao próximo. Caberá a nós confiarmos na Justiça brasileira para a solução de casos tão escabrosos quanto estes.
Estar atento às notícias é essencial para conseguir compreender o mundo à nossa volta e mesmo notar sinais importantes de mudanças de comportamentos ou pedidos de socorro que possam chegar até nós. Como proceder, em quem confiar, como agir, aconselhar? Muitas vezes você é a pessoa de referência para alguém, então o melhor a ser feito é estar preparado. Que nós possamos ser mais sensíveis aos demais e deixarmos os condenamentos para a Justiça e o acolhimento para aqueles que tanto precisam de nós, para que cenas como essas, tornem-se cada vez mais distantes da nossa realidade.