19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar.
19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar. Isso é o que revelou o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Tem sido cada vez mais comum presenciar essa realidade em nossa rotina. Basta ver o quanto aumentou o número de pessoas na rua. Não apenas moradores de rua, mas muitas e muitas pessoas que não sabem mais a quem recorrer e têm ido em alguns pontos movimentados das cidades, principalmente nos sinaleiros ou pontos comerciais, para pedir dinheiro.
É dolorido ler aqueles cartazes: “Estou com fome”, “Estou desempregado e tenho três filhos em casa para sustentar”. A pessoa chega no ponto de desespero, porque ela precisa do mínimo para viver. Essa realidade tem chamado atenção na nossa cidade vizinha, a capital do Paraná. Em Curitiba, a cada parada em sinal os motoristas são abordados até por mais de uma pessoa pedindo dinheiro. Tem ficado cada vez mais comum.
Não à toa muitos grupos estão se mobilizando para fazer doações de alimentos. Mais do que era até então. Mas também confronta com muitas famílias que antes ajudavam e hoje já não têm mais tantas condições assim, porque o dinheiro já está contado para suas contas do mês. A verdade, também, é que dar comida ajuda muito, é essencial, mas é preciso que tenha medidas do Governo para reverter essa situação insustentável. Logo esta falta de comida na mesa refletirá ainda mais em falta de segurança, em criminalidade.
Estamos vivendo em uma situação de nítida desigualdade social, de falta de oportunidades, de uma crise econômica, crise de emprego, crise de comida, crise de inteligência emocional para enfrentar toda essa situação da melhor forma. Nós, que juntos aqui estamos neste texto, provavelmente não sentimos na pele o que é esta fome, de abrir os armários em casa e não ter nada para comer e nem dinheiro para comprar o arroz com feijão. O desespero leva estas pessoas a pedir, a de certa forma baixar a cabeça e dizer que precisa de ajuda.
A pesquisa mostrou que cerca de 55% dos lares brasileiros – 116,8 milhões de pessoas – tiveram algum nível de insegurança alimentar no final de 2020. Até mesmo famílias com renda superior a um salário mínimo por pessoa passaram dificuldades. Basta vermos o preço de tudo subindo, enquanto os ganhos só estão caindo. Precisamos de políticas públicas eficientes. No Paraná, o Governo continuou com a entrega de alimentos às famílias carentes com crianças matriculadas. Porque sim, muitas crianças são incentivadas pelos pais a ir para a escola para ter o que comer. Outros programas têm voltado ou sido criados para minimizar a situação.
Não só a fome, mas a pesquisa revelou outro grande problema que nós temos. O que também impacta a situação de pobreza é a situação de muitas famílias chefiadas apenas pela mãe, a cor da pele, pois famílias negras passam mais dificuldade, e nível de escolaridade. O Governo Federal também tem fortalecido programas sociais e, diante disso, também podemos fazer nossa parte, melhorando nossa realidade local, de pessoas à nossa volta.