Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 04:34:58
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Gestantes estão no grupo de risco e devem ter cuidados redobrados, alerta médica

Por terem imunidade mais baixa, tanto na gravidez, como no pós-parto, a mulher deve ficar mais atenta aos cuidados pessoais contra a Covid-19

 

Gestantes estão no grupo de risco e devem ter cuidados redobrados, alerta médica

Mulheres gestantes ou no pós-parto devem redobrar a atenção e os cuidados para não serem contaminadas pela Covid-19. A Folha conversou com a médica ginecologista e obstetra Dra. Marina Nunes Machado (CRM-PR 24699), que explicou que elas estão em grupo de risco por possuírem imunidade mais baixa neste período.

“Aquelas que não têm idade avançada e não possuem problemas de infertilidade devem avaliar seriamente a possibilidade de adiar os planos de engravidar. A gestação é um período em que a mulher tem uma tendência a formar trombos (trombose). Isto ocorre para que haja uma proteção contra a hemorragia pós-parto, costumo dizer que a natureza é sábia. Entretanto, sabe-se que a Covid-19 é igualmente uma doença trombogênica (formadora de trombos), e a junção da gravidez pode ser fatal em qualquer período gestacional.”

A médica diz ainda que quando há fatores de risco envolvidos, como a diabetes gestacional, pressão alta, gestação de múltiplos, entre outros, os riscos aumentam ainda mais.  

Sintomas e tratamentos
“Os sintomas variam desde resfriado leve até quadros de pneumonia mais grave com necessidade de respirador. Em geral as gestantes respondem bem à doença. Apesar de não termos ainda grandes estudos com largo número de casos, o que vemos na pratica é uma boa evolução”, esclarece a médica.

A recomendação médica a uma mulher gestante que tenha contraído o vírus é indicada caso a caso, sendo avaliada pelo profissional que está acompanhando o pré-natal da paciente. Mas a médica explica que a primeira medida é o isolamento. O obstetra, então, irá avaliar a possibilidade de iniciar com medicações específicas ou apenas sintomáticas. “Sobre o trabalho de parto prematuro, sim, a maior causa de contração antes da hora é a infecção, podendo ser ela urinária, respiratória ou de outra origem”, diz.

Covid-19 e o bebê
A médica esclarece que em geral o sangue não tem Covid-19, então a infecção na hora do parto se dá principalmente pelas vias aéreas, ou seja, por meio das gotículas de respiração, saliva, espirro e tosse da mãe para o bebê, independente da via de parto.

“A amamentação, segundo o Ministério da Saúde, deverá ser mantida se a mãe tiver condições de saúde que assim possibilitem. Para amamentar, deve estar de máscara, com as mãos higienizadas com água, sabão e álcool gel, bem como as mamas devem estar limpas (neste caso sem álcool). Após o parto, o isolamento deve seguir conforme as orientações da Infectologia se ela tiver alta. Caso contrário, permanece em internamento hospitalar”, orienta.

Sobre os limites para as visitas no período pós-parto, a médica faz um alerta. “Antes da Covid-19 já existia esta preocupação por parte dos médicos, agora mais ainda. Existem casos de bebês que contraíram herpes no cérebro após receber um beijo de uma visita com herpes no lábio. Covid-19 é uma doença de alta virulência, isto é, fácil transmissibilidade. Bebês nascem frágeis e não vacinados. Cabe aos pais protegê-los de todas as doenças”, alerta.

“Os casos estão aumentando em número e ao mesmo tempo têm se apresentado mais graves. Pacientes permanecem mais tempo internados, de maneira que as vagas ficam ocupadas e cada vez mais escassas. O que temos para lutar contra esse vírus é: isolamento, máscara e álcool. Devemos levar a sério esta doença e respeitar as medidas sempre”, finaliza.