Em julho deste ano, moradores da região do Ouro Verde manifestaram reclamações de um odor vindo da Zanlorenzi Bebidas, empresa tradicional na cidade. Na época, a Folha fez matéria explicando o motivo que ocasionou a situação, mas alguns moradores ainda relatam mau cheiro em alguns momentos e pediram novas explicações a respeito.

A maior novidade anunciada pela empresa para resolver de vez a situação, o que foi recomendado pelas consultorias contratadas, é a aquisição de um novo e moderno sistema de tratamento de efluentes, solucionando não só o problema atual, como suportando os próximos anos da companhia. “Tal instalação ocorrerá nos primeiros meses de 2020 eliminando por completo qualquer possibilidade de novas ocorrências. Trata-se de um sistema automatizado, com alta capacidade de tratamento, no conceito fechado, sem dispersão de gases ou exposição ao ambiente externo”, explicam os responsáveis.

Até então, desde quando a situação iniciou, estão realizando um processo de estabilização e controle biológico do sistema de tratamentos de efluentes da unidade fabril. Entre as medidas está a retirada de lodo da estação, novo protocolo de lavagem com redução na geração de efluentes, implantação de novas técnicas e ferramentas para realizar o procedimento.

A empresa reforça que o que gerou o odor não pode ser seguido de ações irresponsáveis que, sem base científica, possam vir a agravar ainda mais a situação. A partir da consultoria contratada, têm maior controle para manutenção de oxigenação, testes e retirada de resíduos do reator biológico, o que reduziu de forma relevante o mau cheiro.

Na época em que a Folha publicou a matéria, o responsável técnico havia explicado que por ser um sistema biológico, essa estação é como se fosse um corpo humano, o qual tem um sistema digestivo e libera um efluente. O fator que gerou a oscilação no processo e interferiu na ETE foi a combinação da água que lava os tanques com restos de sucos e vinhos. A Sanepar fornece um lodo ativado para fazer o tratamento desse efluente e torná-lo em boas condições para ser lançado na rede de esgoto. A bactéria é inserida e degrada a matéria orgânica para que o efluente final fique dentro dos parâmetros.

Desequilibrou essa combinação do que a bactéria se alimenta e como o efluente fica a céu aberto, como exigido, o mau cheiro dessa composição biológica acaba se espalhando.