Área abrigará centro de eventos, Unidade Básica de Saúde e ainda estuda-se
a possibilidade de implantar uma escola ou uma área para startup
Muito se falou sobre possíveis empresas que ocupariam as instalações da Legrand em Campo Largo. A verdade é que muitas oportunidades surgiram, mas não se concretizaram. Um dos motivos é que o Plano Diretor não permite que naquela região do Botiatuva se instalem algumas indústrias, como por exemplo do setor petroquímico que já havia demonstrado interesse. Nesta quarta-feira (27), o prefeito Marcelo Puppi assinou o decreto em que declara boa parte daquela área como utilidade pública.
A unidade foi dividida em quatro partes, sendo duas áreas já adquiridas por outras pessoas e uma que não pode ser aproveitada por restrições ambientais. A Prefeitura está adquirindo a parte principal, em que a empresa operava. São 16 mil metros quadrados de área construída e mais de 40 mil metros quadrados de área total. O Executivo já possui todas as cartas de compromisso com a Legrand e no dia 05 de dezembro o diretor geral da empresa vem para Campo Largo assinar todas as documentações, para que então seja tomada posse da área.
O prefeito adianta que o objetivo é que o local tenha um grande centro de eventos, que poderá ter exposições permanentes, também com centro de eventos de apoio. A ideia é que seja feita uma parceria público privada para a administração do mesmo, através de chamamento público e apoio da Associação Comercial e Empresarial de Campo Largo – Acicla. O local poderá ser sede para muitos dos eventos do calendário oficial municipal, como a Feira de Carros Antigos, Feira da Louça, entre outros. Para a construção da Unidade Básica de Saúde, diz que já estão buscando recursos, levando em consideração a necessidade da região.
O espaço também é suficiente para implantarem uma escola, possibilidade que ainda está sendo levantada, como também pode ser uma área para incentivar as startups de Campo Largo. Seria uma oportunidade de desenvolver novos negócios, com contrapartida de utilizar essas boas ideias no município, assim como acontece em grandes centros, como São Paulo.
Marcelo lembrou que antes mesmo de assumir como prefeito já falava do interesse desta área para o município, para colocar uma nova empresa ou o Executivo aproveitar a área. Quando começou a negociar com a Legrand, envolvia o Conselho de administração do Brasil e acionistas na França. Por um tempo as negociações foram interrompidas. Pela matrícula, o imóvel valia R$ 21 milhões, o que ficava inviável. Neste período, algumas empresas mostraram interesse, mas não conseguiram se instalar por impedimentos do Plano Diretor.
Com isso, voltou o interesse da Prefeitura, que conseguiu comprar pelo valor venal e com 5% de desconto, totalizando R$ 7,3 milhões por toda a área citada. “Maior negócio que o município possa fazer”, completou o prefeito, explicando que esse valor vem de recursos livres do município e empréstimo do Finisa. “Estamos comprando a Legrand para o desenvolvimento econômico da cidade. Sabemos que quanto mais a Prefeitura investe, mais recebe. Será uma grande receita para a cidade”, afirmou.
No início do próximo ano deve ser iniciada uma reforma para ocuparem a área da Legrand. Marcelo destaca que como gestor público tem a preocupação de não deixar uma área como essa degradada, que pode também ser ocupada irregularmente. Além disso, o local tem ligação com o Parque Newton Puppi, que também será revitalizado, valorizando toda a região.
Questionado pela Folha sobre outros investimentos para a cidade, como a questão de pavimentação e Saúde, que são sempre muito cobradas, o prefeito informou que para o ano que vem já tem R$ 50 milhões aprovado para investimentos nas mais diversas áreas.