Moradores do bairro Ouro Verde estão preocupados com a situação em que se encontra o terreno. O problema já se estende por mais de meses e eles não conseguem localizar o proprietário para pedir providê
Um terreno com aparência de abandono tem tirado o sono dos moradores do bairro Ouro Verde. O problema já se estende por mais de meses e eles não conseguem localizar o proprietário para pedir providências, o que faz com que tudo possa tornar ainda mais séria a situação.
Segundo relatos repassados para a Folha de Campo Largo, no terreno há duas piscinas, as quais acumulam muita sujeira e água parada, que está apodrecendo ou acaba sendo um grande vetor para transmissão de doenças como a dengue, chikungunya, zika e febre amarela.
O local foi tomado pelo mato, que segundo moradores já cobre até mesmo as calçadas do local. Para fora do terreno já foi encontrada uma cobra morta, além de ratos, vindos principalmente pela quantidade de comida jogada no chão.
Morada para pessoas em situação de rua
Não é um problema exclusivo de Campo Largo, mas grande maioria das pessoas sabem que uma edificação vazia, sem cuidado, acaba se tornando uma morada para pessoas que estão em situação de rua. Como o terreno está próximo do Centro Pop, muitas pessoas nessa situação acabam parando ali para dormir e até ficar mais alguns dias.
Isso deixa muitos moradores bem inseguros para transitar a pé, especialmente à noite. A moradora relata que não são raras as vezes em que é possível ver a movimentação grande neste terreno ao anoitecer, em quaisquer dias da semana.
No local, conforme conta, é possível ver um grande número de roupas espalhadas pelo chão, sapatos e marmitas com comidas apodrecidas, algumas vazias e com água parada, o que dá ao terreno um cheiro de podridão muito forte. No local, ela relata ainda que há um grande número de garrafas e latinhas de bebidas alcoólicas.
Há um temor dos moradores até pela vida dessas pessoas. Por já terem encontrado até mesmo cobras, essas pessoas podem ser picadas e não conseguirem ser atendidas. Como ninguém frequenta o local, ficariam lá sem atendimento, correndo risco de morte.
A Folha procurou a Prefeitura para verificar o que poderia ser feito nesta situação, que esclareceu que os terrenos vazios abandonados, onde não há um cuidado para prevenir o lixo, por exemplo, devem ser denunciados ao Meio Ambiente pelo 156, pois são passíveis de multa. Apesar dos moradores relatarem já terem feito a queixa do local, a Prefeitura informou que não há registro por parte dos moradores e pediu que entrem em contato novamente para que possam verificar essa situação.
Aedes aegypti:um problema sério
Estamos hoje em uma época de chuvas frequentes, e qualquer recipiente que acumule água já é o suficiente para que o mosquito Aedes aegypti se reproduza com bastante agilidade e acabe infectando várias pessoas com doenças graves, como dengue, febre amarela, chikungunya e zika.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, o mosquito é preto com listras brancas no tronco, na cabeça e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano. Enquanto o macho alimenta-se de frutas, a fêmea do mosquito precisa do sangue para amadurecer os ovos, que são depositados próximos à água limpa.
“Em média, cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença. Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, principalmente em recipientes artificiais. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco menos de 30 minutos. Em um período que varia entre sete e nove dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito: ovo, larva, pupa e adubo. Estudos demonstram que, uma vez infectada – e isso pode ocorrer numa única inseminação –, a fêmea transmitirá o vírus por toda a vida, havendo a possibilidade de, pelo menos, parte de suas descendentes já nascerem portadoras do vírus”, explica o MS.
O mosquito ataca especialmente pela manhã e ao entardecer possui uma saliva com substância anestésica e torna a picada quase indolor. O conteúdo diz ainda que em populações vulneráveis, como crianças e idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa.