Acontece neste sábado, 23, a 2ª Feira Saúde, Amor e Esperança, a partir das 09h, na Praça Getúlio Vargas. A Hemepar fará o cadastro para pessoas que desejarem ser doadoras
Será realizado neste sábado, 23, a 2ª Feira Saúde, Amor e Esperança, a partir das 09h, na Praça Getúlio Vargas. O evento trará a Campo Largo o Hemepar, que fará o cadastro para pessoas que desejarem ser doadoras voluntárias de medula óssea. Além disso, o evento contará ainda com stands, nos quais os visitantes poderão assistir a mini-palestras com dicas sobre saúde e realizar exames rápidos, como aferição da pressão arterial, teste de glicemia, medição da porcentagem de gordura corporal, teste de fluxo expiratório, quick massage, teste da idade biológica e aconselhamento individual. Também terá uma exposição de motocicletas e participação de outros grupos parceiros.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre as instituições Amigos do Eterno Juh, Sementes de Vida, Hemepar, Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) e Prefeitura de Campo Largo. A primeira edição do evento contou com mais de 1.000 participantes e 140 voluntários, e 320 pessoas foram cadastradas em apenas três horas de evento. A data não foi escolhida ao acaso, neste sábado é o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil.
“Este ano estamos planejando um evento ainda mais bonito do que foi no ano passado. Nós ficamos surpresos com o número de pessoas que compareceram ao evento, que mesmo antes das 09h já estavam aguardando em uma fila organizada por eles. É incrível perceber como os campo-larguenses estão prontos para ajudar essas pessoas que precisam tanto”, conta a organizadora do evento, Raquel Paulart.
“Já agradecemos pelo número de pessoas que procuraram a gente para ajudar de alguma forma, isso foi muito importante, porque não é somente a organização que faz o evento acontecer, mas todos que também demonstram interesse, perguntam, chamam os amigos. Nossa intenção é repetir anualmente essa feira, especialmente no mês de novembro, quando é marcado pelo combate ao câncer infantojuvenil, que é dia 23 de novembro, e também por ser o mês de aniversário do nosso filho, o Anderson Junior, que faleceu à espera de um doador”, completa Anderson.
O prefeito de Campo Largo, Marcelo Puppi, que participou da primeira edição, destacou que o município está de portas abertas para receber essas iniciativas. “É muito bom ver pessoas empenhadas em realizar ações em benefício do próximo. Essa, sem dúvidas, é uma ação que deve ser abraçada por todos os cidadãos campo-larguenses. Sinto-me honrado em participar e apoiar a causa.”
Para o pastor da IASD, Leandro Weber, essa é uma oportunidade de engajar a Igreja na prestação de serviços para a comunidade. “Nossa expectativa é conseguir levar a igreja para servir a comunidade, proporcionando para eles uma melhoria na qualidade de vida e também que todos nós podemos nos unir para ajudar o próximo, proporcionando a ele uma vida nova, com muita saúde”, diz.
Dor que impulsiona
A família que hoje organiza o evento sentiu na pele a angústia de procurar um doador e não conseguir encontrá-lo. Aos 07 anos, Anderson Paulart Junior foi diagnosticado com Leucemia Linfoblástica Aguda, e tratou por sete anos no Hospital Pequeno Príncipe. Ele passou por duas recidivas da leucemia, necessitando de transplante de medula óssea com urgência, mas ninguém da família foi compatível e, mesmo após ficar mais de cinco anos no banco de medula óssea, nenhum doador foi compatível. Infelizmente, Junior faleceu aos 14 anos, em 09 de dezembro de 2015.
Meses após a morte de Anderson Junior, seus pais encontraram uma carta escrita por ele, com agradecimento a um doador que nunca chegou, isso os impulsionou para a criação de um projeto que auxilia crianças e adultos nesta mesma situação. O projeto também prevê a arrecadação de latas de suplemento alimentar para crianças em tratamento de quimioterapia.
“Esperamos de coração que os campo-larguenses abracem essa causa e não tem nem o porquê temer o cadastro. Será uma manhã bem bonita e bastante proveitosa, onde, se Deus quiser, poderemos salvar muitas vidas”, finaliza Raquel.
Cadastro para doador
Segundo o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, Redome, o voluntário à doação irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do braço do candidato a doador. É necessário apresentar o documento de identidade.
O seu sangue será analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade e serão incluídos no Redome. Quando houver um paciente com possível compatibilidade, o voluntário será consultado para decidir quanto à doação. Por este motivo, é necessário manter os dados sempre atualizados. Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde. Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.
Podem ser doadores pessoas entre 18 e 55 anos de idade, que estejam em bom estado geral de saúde, não tenham doença infecciosa ou incapacitante, não apresentem doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.