“Já pensou se tivesse sido sua família que perdeu tudo o que tinha por causa de um ciclone? Já pensou se fosse sua família lutando por água, vivendo em uma tenda em um calor de 36 graus?
“Já pensou se tivesse sido sua família que perdeu tudo o que tinha por causa de um ciclone? Já pensou se fosse sua família lutando por água, vivendo em uma tenda em um calor de 36 graus? Já pensou se fosse seu filho feliz por ter achado um rato para comer?”. Essa é uma das frases divulgadas pela ONG Fraternidade da Capulana e que move grupo de campo-larguenses a ajudarem famílias de Moçambique, um dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo.
Um dos fundadores da ONG, Ademir Grein Gualberto, explica que agora um dos novos projetos é o João de Barro, no qual estão fazendo testes para construir em Moçambique casas de superadobe – técnica que consiste em uma técnica de construção com terra ensacada. São utilizados sacos raschel, de polietileno, cheios de solo argiloso, desenvolvendo uma estrutura resistente a terremotos.
Ademir relata que em sua última ida a Moçambique, em julho deste ano, foi conhecer o campo de vítimas de ciclone – no último três mil pessoas morreram. “São 400 famílias que moram em barracas da Unicef, que são muito quentes e estão se deteriorando. Eles não têm recursos para construir casas e estão usando apenas barro para construir paredes finas, mas que num ciclone destruiria”, explica ele. Então voltou ao Brasil pensando em como poderia ajudar e começou a pesquisar na internet como fazer casas de superadobe. Foi apoiado por grupo de voluntários da ONG e estão fazendo testes para que possam voltar à África e construir lá as casas para as famílias. A ideia é levar a técnica – que até hoje não viram por lá - e contar com apoio dessas pessoas que precisam de ajuda para montarem suas próprias casas, como também construir uma sede da ONG lá e uma escola – tudo com este mesmo material.
Os sacos têm 30 cm de espessura com altura que varia pelo projeto a ser feito. O teste em Campo Largo está sendo realizado em um terreno na Faxina, envolvendo cerca de 15 pessoas. Em média, o custo para construir uma casa é de dois a três mil reais, com tamanho de 25m2, incluindo sala e cozinha integrados, quarto e banheiro. Estão simulando as mesmas condições precárias que encontrariam lá em Moçambique, sem luz elétrica nem água.
Para esse projeto se tornar realidade, vão viajar em quatro pessoas para a África, no dia 17 de dezembro, sendo que cada um vai levar de seis a sete sacos. Explica que para construir uma casa são necessários dois sacos. “Não é difícil, só é trabalhoso”, comenta Ademir, informando que retornam ao Brasil no dia 12 de fevereiro.
Em três dias, em finais de semana, já conseguiram uma boa evolução da casa. Neste final de semana voltarão para dar andamento à casa de superadobe e acreditam que no dia 15 de dezembro deve estar finalizada. Será o resultado do envolvimento de diversas pessoas, que constantemente estão trocando ideias e dando novas sugestões de como fazer isso da melhor forma possível. Depois, esta casa será sede do Grupo Escoteiro Farol do Passaúna.
Ajuda
Tudo é feito com dinheiro próprio de cada voluntário e com o que a ONG Fraternidade da Capulana consegue arrecadar. Somente a viagem vai custar para cada um cerca de 6 a 7 mil reais. Até mesmo o casamento do Ademir será beneficente no dia 23 de novembro. Os convidados pagarão o valor para o jantar e para quem quiser dar presente ele está pedindo em dinheiro para ser investido neste projeto em Moçambique.
Quem quiser contribuir também pode prestigiar o bazar que será realizado dia 07 de dezembro no Colégio Sagrada Família – terá um pouco de tudo, a partir do que recebem de doação das pessoas, como brinquedos, acessórios, roupas, entre outros.
Mais informações e quem puder contribuir de alguma forma pode entrar em contato pelos telefones (41) 99899-7735 ou 3032-7735
Fraternidade Capulana
Fundada em 2012, a instituição passou a ser ONG em 2018. Tem como essência o entendimento de que cada um é capaz de transformar vidas através de pequenas ações e que cada um pode fazer mais quando olha com amor fraterno para as dificuldades enfrentadas pelo próximo. Buscam ajudar crianças do outro lado do mundo, as quais sofrem por falta de comida, cuidados, conforto e afeto. No local em que ajudam, as famílias têm apenas uma tenda e nada mais. Não existe fonte de alimentos, emprego, água potável, energia elétrica.