Seja motorista, motociclista, passageiro, pedestre ou ciclista: quem precisa trafegar a BR-277 no trecho que liga Campo Largo a Curitiba, nunca sabe o que vai encontrar pela frente.
Seja motorista, motociclista, passageiro, pedestre ou ciclista: quem precisa trafegar a BR-277 no trecho que liga Campo Largo a Curitiba, nunca sabe o que vai encontrar pela frente. Às vezes, ir para Curitiba ou voltar de lá é rapidinho, cerca de 20 minutos, outras vezes a espera é longa e haja paciência do motorista. São obras, acidentes - na maioria das vezes pequenos -, caminhões pesados que parecem insistir em podar sempre na subida e acabam segurando os demais veículos. Viver isso todos os dias - como acontece com muitas pessoas - é de gerar muito transtorno e revolta.
Agora imagine a cada saída precisar perder muitos minutos para conseguir realizar um retorno, que muitas vezes não é nem um pouco seguro? Muitos motoristas e motociclistas, para atravessar a BR-277 no Jardim Guarany, precisam se arriscar em meio a outros veículos, fazer três paradas e então concluir o retorno, tudo isso diariamente. Há pouco tempo um radar foi instalado na região, para fazer com que os veículos reduzam a velocidade, mas isso não foi o suficiente. O número de veículos é muito alto para uma medida tão simples.
Infelizmente, não foram poucas vezes que a Folha de Campo Largo acabou noticiando acidentes graves, com vítimas fatais no trecho. Moradores da região, familiares e amigos das vítimas desse acidente estão há muito tempo lutando para que o problema seja solucionado e para que mais pessoas não acabem perdendo suas vidas no futuro.
Finalmente, será possível comemorar a concretização das reivindicações, com prioridades para Campo Largo. Serão construídas as tricheiras do Jardim Guarany e do Cercadinho, que irão melhorar muito mais o trânsito e a vida de quem mora na região ou precisa dirigir por ali sempre. O resultado positivo veio por meio de um acordo de leniência, firmado entre a concessionária responsável pela rodovia, a CCR-RodoNorte, e o Ministério Público Federal, como resultado do reconhecimento da instituição sobre o pagamento de propinas para conseguir mudanças contratuais, atos de corrupção e lavagem de dinheiro desde o ano 2000, esquema descoberto pela Operação Integração. Além disso, o acordo ainda prevê que a empresa pagará, a título de reparação de danos, valores destinados a reduzir a tarifa de pedágio e a fazer obras rodoviárias no interesse direto dos usuários da via. São um total de 12 obras em todo o Paraná, segundo anunciado pelo Governo, que junto com a PRF e DER levantou os pontos mais importantes para as melhorias.
As obras irão começar imediatamente após aprovação do projeto, e devem ser concluídas até o final de 2021. Esse é um pequeno passo de muitos que precisam ser caminhados para tornar a rotina dessas pessoas menos complicada. Não é de hoje que há o reconhecimento da necessidade da construção de uma terceira faixa na rodovia, que diariamente enfrenta um grande fluxo de caminhões carregados que seguem rumo às diversas possibilidades que o trecho oferece - Porto de Paranaguá, Norte do Paraná, Santa Catarina, São Paulo...
É preciso que a população fique “em cima” e cobre por seus direitos para que a mudança aconteça? Obviamente sim. Mas também é de extrema importância que as investigações sejam tão efetivas quanto essas, para que os resultados sejam efetivos, a corrupção seja combatida e as melhorias aconteçam sem a necessidade de acordos de leniência.