Um doador de órgãos pode salvar até oito vidas, mas a recusa familiar ainda é o principal obstáculo – mais de 40% recusam, segundo dados do Governo Federal.
Um doador de órgãos pode salvar até oito vidas, mas a recusa familiar ainda é o principal obstáculo – mais de 40% recusam, segundo dados do Governo Federal. Mas nesta semana, a aceitação da família após a morte encefálica de um homem de apenas 24 anos de idade deu esperança de vida a mais duas pessoas. Um paciente que estava internado no Hospital do Rocio que recebeu o fígado e outro paciente do Paraná que recebeu o coração.
Essa teria sido a primeira doação de coração do hospital para um paciente fora do Estado. A responsabilidade é da Cihdott - Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante e todo o processo é regulado pela Central Estadual de Transplante. A realização desse procedimento de maior complexidade é possível pela estrutura e capacitação dos profissionais envolvidos na equipe responsável do Hospital do Rocio.
A morte do paciente aconteceu às 17h49 de quarta-feira (09). Após aprovação da família, todos os documentos de doação são mandados para a Central de Transplante, com informações detalhadas para análise de quem será o receptor, de acordo com a fila de espera, idade, altura, tipagem sanguínea e peso próximos ao do doador. Encontrado o paciente, que inicialmente era de Brasília, enviaram a equipe de captação para Campo Largo, o que aconteceu na manhã de quinta-feira. Devido a problemas logísticos após a chegada dos profissionais, o órgão não pode ser levado e então conseguiram doar as valvas do coração a um paciente do Paraná que aguardava doação. Os demais órgãos do paciente não tiveram aceite para doação, pelas condições de funcionamento.
A equipe do Hospital do Rocio faz uma campanha para que todos deixem as pessoas que te amam saber se é doador de órgão, destacando quantas vidas podem ser salvas e que infelizmente a recusa da família ainda é grande. Trata-se de um ato nobre que pode ser a única esperança de vida ou oportunidade de recomeço para as pessoas que precisam de doação. Doar órgãos é doar vida.
Segundo o Ministério da Saúde, o transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto. Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo e deixar claro que os familiares devem autorizar a doação de órgãos. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Existem dois tipos de doador. O doador vivo pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. Pode doar um dos rins, parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial. O doador falecido apresenta morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC.
No dia 27 de setembro – Dia Nacional de Doação de Órgãos, o Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos com o slogan A Vida Continua. Doe Órgãos. Converse com sua família. O objetivo é sensibilizar as famílias.