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Opinião

Educação x política: quem leva a vantagem

Os alunos protestaram em favor do Instituto Federal do Paraná e também temeram que as vagas nas sonhadas universidades federais sofressem cortes ou, principalmente, deixassem de existir

Educação x política: quem leva a vantagem
Nesta quarta-feira (15) foram realizados milhares de protestos em favor da Educação por todo o país, inclusive em Campo Largo. Por aqui, os alunos protestaram em favor do Instituto Federal do Paraná e também temeram que as vagas nas sonhadas universidades federais sofressem cortes ou, principalmente, deixassem de existir. Durante toda a quinta-feira, saltavam aos olhos de todos que acessavam à internet para se informar notícias sobre o assunto, e, do lado de lá (o do presidente Bolsonaro) só se lia sobre a frase polêmica dita por ele ao chegar a Dallas, no Texas, Estados Unidos: ‘são idiotas úteis’. Parece um grande cabo de guerra, muito mais político do que de fato preocupado com a Educação. Em várias localidades do país dispontaram protestos em que a bandeira #LulaLivre foi levantada também.
Protestos sempre marcaram a história brasileira e a juventude sempre foi uma das mais entusiasmadas com eles. Exemplos existem aos montes, como o Diretas Já, um grande movimento civil que perdurou entre 1983/84; movimento de impeachment contra o presidente Fernando Collor de Melo, os famosos ‘caras pintadas’ que também foi orquestrado pelos jovens em 1992. Em 2008 eclodiram protestos em todo o mundo por causa da grande crise econômica, a ‘marolinha’ que dura ainda hoje; 2013 a grande movimentação do Movimento Passe Livre, panelaços contra a Copa do Mundo em 2014, contra o governo Dilma 2015 e a favor do impeachment da presidente em 2016, os #ForaTemer em 2017 e 2018 e agora o grande atingido é Jair Bolsonaro, que está na linha de frente e não agrada a todos e nem vai. Não há nada de novo sob o Sol.
A organização desses protestos é muito mais ágil graças às redes sociais, que permitem com que as pessoas tenham o mundo na palma das suas mãos. Porém, o que resta saber é: só de redes sociais são abastecidas essas mentes? A internet oportuniza também saber informações importantes para construir a consciência política. Os cortes não são exclusivos deste governo e nem será a última vez que o Brasil passará por isso. As contas existem e precisam ser acertadas. O contingenciamento atinge também o Estado do Paraná e as instituições estaduais, que passarão a receber verbas de acordo com a meritocracia, ou seja, quanto mais alunos dedicados, professores preocupados em construir um conhecimento científico e comprovação de resultados, maior será a verba destinada àquele campus.
Uma busca rápida no Google nos fez desenterrar matérias como ‘Sem dinheiro do MEC, câmpus da Unifesp não paga luz e limpeza’ (março/2015, Estadão), ‘Governo Lula deixou de gastar R$ 50 bilhões em Educação’ (setembro/2009, O Globo). Isso se chama política, administração pública, necessidade de cortar gastos, ou investimentos, para não gerar aumento de impostos e fazer sofrer ainda mais a população.
Protestos são o exercício da democracia, é mostrar a insatisfação, é exercício de direito e não se pode tirar os direitos de ninguém, porém, é sempre válido lembrar que o protesto legítimo vem daquele que pesquisa, corre atrás e se intera, conhece sobre a história do país ou pelo menos da pasta que se diz defensor, sem se apropriar das mentes alheias para impôr uma verdade. Profissões construtoras de opinião pública são armas engatilhadas se estiverem em mãos erradas. A verdade absoluta nunca pertence a uma pessoa só. Há recortes que precisam ser feitos sim, mas sempre há pontos de vista que precisam ser analisados friamente, sem o calor de protestos políticos existentes. É justa a luta pela Educação, é válida a mobilização da juventude, desde que todos eles não tenham um discurso pronto, que saibam defender suas ideias e participar de uma discussão sadia, sem agressões verbais, a partir do conhecimento. Isso não serve só para a direita ou só para a esquerda, mas é o ponto de equilíbro da sociedade.