Quinta-feira às 25 de Abril de 2024 às 11:46:43
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Opinião

Não podemos aceitar sermos censurados

O ministro Alexandre de Moraes decidiu impor o que um veículo de comunicação podia publicar ou não a respeito

Não podemos aceitar sermos censurados
A polêmica situação envolvendo o ministro Dias Toffoli nesta semana, em que o ministro Alexandre de Moraes decidiu impor o que um veículo de comunicação podia publicar ou não a respeito, é algo que jamais pode ser aceito. É direito de todo jornalista a livre publicação de qualquer informação, claro que com responsabilidade.
Infelizmente, nossa liberdade algumas vezes é moldada por processos judiciais que o veículo de comunicação sofre quando alguém se sente lesado, quando não entendem nosso papel de divulgar e informar a população. Situações, muitas vezes, que podem chegar a fechar um jornal ou comprometer suas atividades e por isso é um trabalho diário para tentar combater essas medidas e manter a liberdade de expressão.
É comum, principalmente políticos, quererem impor aos jornalistas o que podem ou não falar, mas sem se darem conta dessa liberdade de expressão, garantida inclusive na Constituição Federal. Nem sempre se gosta do que se lê, porque muitas vezes a verdade dói ou envergonha, tanto uma pessoa isolada, como uma família, por exemplo. Entretanto, vale ressaltar aqui que nós não somos favoráveis a ridicularizar uma pessoa, esse pelo menos não deveria ser o papel do jornalista, mas é preciso mostrar a verdade, os fatos. Imparcialidade deve sempre ser o foco. Em uma matéria jornalística, as informações devem ser passadas com credibilidade e o leitor passa a ter suas próprias opiniões de acordo com seus argumentos.
Mesmo quando os jornalistas buscam a imparcialidade, há várias formas de abordar e interpretar um conteúdo e esse pluralismo é de extrema importância também para a formação da democracia e da própria opinião pública. O jornalista e o veículo têm em si uma responsabilidade muito grande em divulgar informações, pois elas acabam impactando diretamente na sociedade, causando inclusive clamor ou repúdio às situações.
A imparcialidade, por exemplo, não está presente quando se fala em um artigo opinativo ou mesmo no humor, no caso das charges. Esses têm em sua essência a acidez, feita de modo muito concreto e seguro, entenda que ninguém no Jornalismo fala algo que não possa ser provado, não há falas ou publicações sem documentações e fontes - essas protegidas pelo sigilo garantido em Lei.
Vemos muitos veículos de comunicação declaradamente partidários, não apenas em seções dedicadas a colunistas. O fato de ser parcial acaba comprometendo a qualidade e confiança diante do leitor, que pode ter opinião contrária, gerando embates e comentários degradantes. Mas, ainda assim, o que não podemos permitir, jamais, é que nos calem, que nos tirem essa liberdade de expressão, que é o que ainda nos salva em um País de tantas injustiças.
É impressionante como se preocupam com essas coisas quando temos um país imerso em um mundo de corrupção. Livre de censuras, ainda temos esperança de limpar esse País, descobrir muitas verdades que ainda devem vir à tona e reprimir que essa corrupção se espalhe e tome conta do Brasil como vem acontecendo.