Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 12:19:47
Opinião

Um jornalista admirado e respeitado por todos

Ricardo Boechat o adeus a um dos jornalistas mais respeitados do país é o tema do editorial desta semana
Um jornalista admirado e respeitado por todos

Sempre com bom humor e uma análise crítica impres­sionante, Ricardo Boechat era um jornalista muito respei­tado, por quem tinha a mesma posição ideológica ou até mesmo por quem era criticado. Isso porque sabia o que estava fazendo, tinha argumentos sólidos e uma análise bastante abrangente sobre todas as notícias. Impressio­nava pela sua capacidade em saber falar de todos os as­suntos.

Notícias que muitas vezes ele dava em primeira mão. Pelos demais profissionais do meio, foi considerado como insubstituível, que fará uma falta tremenda para a Comuni­cação. Pelo seu jeito espontâneo, por suas críticas amar­gas e sem medo, pela sua aproximação com o público e pela sua versatilidade. Temos no Brasil excelentes jorna­listas, mas fará falta a opinião declarada de Boechat, que independente do partido criticava as ações, apontava os erros e acertos. Chegava a confundir as pessoas sobre sua posição política, mas na verdade sua posição era de­fender o que achava correto.

Ele queria ser a voz da população e cumpria muito bem seu papel. Não à toa, foi o primeiro jornalista a con­quistar o Prêmio Esso - mais importante para o Jornalis­mo - nas categorias de rádio, televisão e jornal impresso. Somente do Prêmio Comunique-se, ganhou 28, Troféu Im­prensa e outros. Ele fazia questão de passar seu conheci­mento aos outros, ministrando palestras por todo o País. Sempre disponível, divulgava até mesmo seu telefone e e-mail para contato. Gostava de estar em faculdades, em contato com novos jornalistas, a quem muito inspirou.

Declaradamente ateu, falava abertamente sobre o assunto. Com sua influência conseguiu ajudar muitas pes­soas, conforme relatou sua esposa. Era pai de seis filhos, uma filha sendo com mais de 40 anos e a mais nova com dez anos, a qual ele mencionava que pela idade educaria como se fosse um avô.

Não era o maior fã das redes sociais, mas por seu lado comunicativo bem aguçado, fazia questão dele mes­mo manter atualizadas suas redes virtuais de contato.

Foi sentida profundamente pelos brasileiros a morte de Boechat, aos 66 anos, quando caiu o helicóptero em que estava. Apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM, era esperado diariamente para ser ouvido, com sua voz inconfundível, informação com seriedade e bom humor. Por muitos anos foi jornalista da Globo, mas sem manter boa relação com demais veículos de comuni­cação e outros colegas de profissão.

Não só o meio jornalístico, mas Boechat fará falta a todos os brasileiros, que não terão o aprofundamento nas notícias como ele fazia e sua análise que estimulava todos a refletirem e buscarem mais informação.