A corrupção é o grande câncer na cultura brasileira e atinge vários órgãos que tornam cada dia mais o sistema debilitante
Na última semana a população campo-larguense levou um choque ao ver o nome de um dos hospitais mais tradicionais da cidade envolvido em uma investigação que partiu da Promotoria de Campo Largo, proveniente de denúncias feitas por pacientes que pagavam uma quantia x para que pudessem receber tratamento adequado. pelo Sistema Único de Saúde.
Não, isso não é um problema exclusivo de Campo Largo, os desvios e cobranças ilícitas acontecem por todo o país, basta realizar uma busca rápida na internet para ter conhecimento dessas situações. Isso nos mostra o quão grave anda a saúde brasileira; literalmente, como muitos dizem, respirando por aparelhos.
O fato é que quem tem dor tem pressa, e arranja um jeito de buscar atendimento rápido ou quase imediato - mesmo que seja usando esses métodos. O problema é que esse tipo de atitude acaba se mostrando presente em várias outras áreas que norteiam a construção da nossa sociedade, como Segurança Pública, quando há corrupção ao dar dinheiro em uma blitz, Educação, com a compra de vagas nas universidades, entre outros.
É lamentável ver que a corrupção ainda está intrínseca à cultura brasileira, quando vemos os esforços que órgãos estão fazendo para derrubarem estes esquemas.
Pior ainda é perceber que muitas vezes pessoas sem condições financeiras acabam se submetendo a esses esquemas para aliviar suas dores ou as dores de familiares próximos. Ao mesmo tempo, é pensar naqueles que podem ter perecido por esperarem meses nas filas por uma consulta, semanas por um exame ou por cirurgias, sessões de tratamentos, tais como Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia...
Outro ponto que podemos perceber ao refletir sobre este assunto é a desvalorização dos profissionais da área da Saúde, que é uma realidade. A motivação do trabalho vem também receber um bom salário e boas condições para que ele seja executado. Claro, há casos e casos, não podemos generalizar que todos ganham mal, mas é uma realidade existente e que assola o país.
No final, não é possível apontar de quem é a culpa, porque não estamos na posição de juízes. O que nos resta é entregar nas mãos da Justiça e acreditar que o melhor será feito em benefício desta cidade. Nós, na posição de imprensa atuante e que cobra respostas e soluções para problemas que complicam a vida dos campo-larguenses, iremos acompanhar de perto tudo o que está acontecendo, não deixando que esse assunto morra na praia.