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Se teve uma frase que foi repetida durante o curso de Comunicação Social - Jornalismo é que jornalista não é notícia. Quando o jornalista vira notícia, é sinal que a situação é grave.
A grande maioria pode acompanhar nesta semana a história do colunista do Washington Post, Jamal Khashoggi, que foi visto pela última vez com vida no dia 02 de outubro, quando entrava no Consulado da Árabia Saudita, em Istambul. Depois, foi descoberto que ele foi morto, esquartejado e queimado.
Ele não era uma pessoa muito ‘querida’ pelo príncipe e herdeiro Mohammed bin Salman, mas acredita-se que esse não tenha sido o motivo da sua morte. O fato é que toda vez que um jornalista morre, uma boca se cala.
A intenção do jornalista é repassar a informação. No caso de um colunista, sua opinião pode ser manifestada livremente, pois aquele espaço no jornal é independente. Quem o assina é quem responde pelo que é escrito, falado, filmado, fotografado... Mas essa resposta deve-se dar por meio da Justiça, jamais por meio da violência.
O Brasil ocupa hoje uma posição preocupante: o segundo país na América Latina com maior número de jornalistas mortos, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteira. Entre 2016 e 2017, quatro profissionais foram mortos - em situações que puderam ser feitas ligações entre o que havia sido publicado e a morte do mesmo - outros 99 sofreram ameaças. É grave.
Toda essa violência nos colocou em 102ª posição no ranking que avalia a liberdade de imprensa. Sem contar os milhares que não podem assinar seus próprios textos, pois estão propensos a receber essas mesmas ameaças. São pessoas com famílias e com medo, toda vez que publicam alguma coisa.
É importante ressaltar que o profissional de Jornalismo estudou e estuda técnicas de apuração, escrita, posicionamento de voz e imagem, fotografia e tantas outras coisas para poderem, a cada dia mais, levarem informação séria e de qualidade para seus espectadores, ouvintes ou leitores. Tanto tempo de estudo para as pessoas se informarem por meio do Whatsapp - difundindo pela sociedade a criminosa fake news, que acaba causando não somente instabilidade política e nervos a flor da pele - e julgarem o jornalista.
Toda vez que incitar o ódio contra um profissional da Comunicação, seja ele de qual veículo for, lembre-se que você está ferindo também o seu direito de se informar.