A política precisa ser feita para pessoas, por pessoas que decidem representar e lutar por direitos, por melhoria de vida. Isso inclui todos, inclusive as pessoas que estão em vulnerabilidade social, usuários de drogas, mora­
De forma alguma deve-se pensar que a vulnerabilidade social é uma pauta de “esquerda”. Trazemos isso porque muitas pessoas, que ainda estão em processo de aprendizagem sobre assuntos novos como posicionamento político à esquerda, direita, centro, centro-esquerda, centro-direita, autoritário, libertário... Tantos outros nomes.
O fato é que política precisa ser feita para pessoas, por pessoas que decidem representar e lutar por direitos, por melhoria de vida. Isso inclui todos, inclusive as pessoas que estão em vulnerabilidade social, usuários de drogas, moradores de rua... Em especial essa última categoria, que parece preocupar tanto os campo-larguenses.
Por várias vezes, a Folha abordou o assunto “pessoas em situação de rua” seja em matérias, ou em editoriais, nos quais trazia o incômodo e a preocupação com o número crescente e perceptível pelos campo-larguenses. Nesta semana trazemos um fato, não novo, mas que muitas vezes acaba passando despercebido por nossos dias cheios, que são das crianças que moram com seus pais nas ruas, e isso é grave.
Poucas pessoas decidem morar na rua por desejo, morar na rua esconde problemas estruturais da sociedade, que envolvem questões econômicas, como o desemprego ou a informalização do trabalho, questões de saúde, falta de uma educação pública eficaz e abrangente, falta de oportunidade de estudo, altas taxas tributárias impostas sobre os preços dos produtos que suprem a necessidade básica, criminalidade crescente, e tantos outros problemas.
Com isso, a vulnerabilidade social torna-se a ponta do iceberg de problemas que precisam ser resolvidos. A pesquisa que mostrou que 79% dos brasileiros não lembram em quem votaram nas últimas eleições apontou algo muito grave. Votar não é o final da democracia, mas sim o início dela. É preciso ser mais incisivo nas cobranças dos governantes que ajuda a eleger, e isso vale para todos, seja da administração municipal, estadual ou federal, existem canais de comunicação direta que podem facilitar o acesso ao representante. É importante que os brasileiros aprendam a ler dados disponibilizados em Portais da Transparência, para que consigam acompanhar os gastos públicos.
Com essa preocupação e participação ativa no processo de construção da sociedade e garantia de direitos básicos, como à moradia, ao acesso à saúde e educação de qualidade, que estampam as páginas da nossa Constituição, nós conseguimos lutar por aqueles que muitas vezes não têm voz, não compreendem, não têm acesso ou está muito disperso.
Torna-se perfeitamente natural que pessoas sintam-se desacreditadas, desesperançosas visto aos milhares de escândalos que verteram na última gestão - incluíndo operações e prisões, número cada vez maior de processos por lavagem de dinheiro, corrupção e tantos outros, impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff -, mas é preciso ter consciência na hora de escolher um representante, para amenizar os milhares de problemas que assolam o povo.