Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 07:01:51
Saúde

Cirurgiã plástica orienta sobre como procurar um bom médico para procedimentos estéticos

Após polêmica do Dr. Bumbum, cirurgiã plástica orienta como escolher o melhor profissional para procedimentos estéticos.

Cirurgiã plástica orienta sobre como procurar um bom médico para procedimentos estéticos

As notícias recentes sobre mortes de pacientes que se submeteram a cirur­gias estéticas e acabaram falecen­do acabaram deixando a população alerta na hora de realizar esses pro­cedimentos. Um dos casos acon­teceu no Rio de Janeiro, quando o médico Denis Furtado, conhecido como Dr. Bumbum, realizou proce­dimentos estéticos na bancária Li­lian Calixto, 46, na sala da casa da mãe dele. A paciente chegou a ser encaminhada para o hospital, mas faleceu horas depois, no dia 15 de julho.

Denis utilizou um material que não tinha finalidade estética reco­mendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ou Sociedade Brasileira de Dermatologia. O poli­metilmetacrilato (PMMA) é usado para dentes artificiais, lentes intrao­culares e implantes.

A Folha de Campo Largo con­versou com a médica cirurgiã plás­tica Dra. Ísis Juliane Guarezi Nas­ser (CRM 24964), que explicou um pouco sobre os cuidados ao esco­lher um bom profissional. “É preci­so pesquisar bastante sobre aque­le profissional. Verificar se ele realmente cursou Medicina, qual a sua especialização e o tempo de atuação na área; no próprio site da Sociedade Brasileira de Cirur­gia Plástica há instruções de quais pontos observar durante a escolha. As consultas servem para que o médico conheça o paciente e vice­-versa. Devemos saber onde o pa­ciente quer chegar e ver se conse­guiremos atingir o seu desejo, por isso as consultas costumam ser mi­nuciosas. Depois do procedimento, o acompanhamento do médico até a alta e cicatrização são imprescin­díveis.”

No link http://www2.cirur­giaplastica.org.br/encontre-um­-cirurgiao/#busca-cirurgiao é possí­vel encontrar um médico que atua na região e que tenha a formação adequada para fazer cirurgias e procedimentos estéticos.

A médica relata que alguns pro­cedimentos podem ser realizados em clínicas sem maiores proble­mas, mas para alguns casos, exi­ge que a intervenção seja feita em hospital. “As clínicas onde podem ser realizados os procedimentos são equipadas com respiradores e itens de primeiros socorros, des­cartam material hospitalar adequa­damente e são esterilizadas. Quan­do for realizar o procedimento em clínica, procurar saber se ela tem liberação, licenças e conhecer o lo­cal previamente. Pacientes que pos­suem alguma comorbidade devem passar pelo procedimento no hospi­tal, pois o ambiente conta com mais recursos em caso de complicação”, diz a médica.

As sequelas resultantes de pro­cedimentos mal realizados podem ser variadas, dependendo do tipo de cirurgia que o paciente foi sub­metido. “É variável de paciente para paciente e também de que tipo de procedimento foi feito, produto utili­zado, local onde aconteceu a cirur­gia. As cirurgias podem gerar danos estéticos, inflamações e infecções, dores, necrose e até mesmo a mor­te. Por isso o nosso alerta para que procurem bons profissionais, em clí­nicas adequadas, além de pesqui­sar o material que será utilizado. Valores abaixo do mercado devem levantar ainda mais as suspeitas”, alerta Dra. Ísis.

Nota oficial

No dia 17 de julho, a Socieda­de Brasileira de Cirurgia Plástica di­vulgou a seguinte nota: “A Socie­dade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) lamenta por mais um óbi­to de paciente que realizou um pro­cedimento estético com um não es­pecialista e em local inadequado. A bancária Lilian Calixto, 46 anos, morreu no último domingo, 15, após complicações de um tratamento es­tético. Além de não ter formação em cirurgia plástica, o médico realizou o procedimento em sua residência, o que é proibido.

A Sociedade Brasileira de Ci­rurgia Plástica repudia e reprova procedimentos médicos na área, re­alizados por não especialistas, e so­bretudo nestes moldes. A crescen­te invasão da especialidade por não especialistas tem promovido cada vez mais casos de insucesso e fa­tais como este.

A SBCP disponibiliza em seu site, Facebook, e-mail ou telefone, uma consulta para saber se o mé­dico é ou não credenciado pela So­ciedade para realizar uma cirurgia plástica.

A formação do cirurgião plás­tico é diferenciada, uma vez uma vez que ele deve obrigatoriamen­te, após os 6 anos da graduação em Medicina, passar pela formação de cirurgião geral (dois anos) antes de cumprir mais três anos em cirur­gia plástica, somando no mínimo 11 anos de formação.

Além disso, a Sociedade Brasi­leira de Cirurgia Plástica tem aler­tado reiteradamente a população sobre os riscos dos procedimen­tos que envolvem PMMA. A SBCP aguarda por decisões judiciais que possam definitivamente impedir que profissionais médicos e não médicos sem especialização em cirurgia plástica realizem procedi­mentos sem qualificação”.