Quinta-feira às 21 de Novembro de 2024 às 06:39:30
Opinião

A unidade está invisível aos olhos atribulados da sociedade

Já se sentiu invisível para alguém? Parecendo que as pessoas passam por você, não te enxergam. Quando você fala, elas não te ouvem. Estão imersas em um mundo digital, ou muito atarefadas para pre

A unidade está invisível aos olhos atribulados da sociedade

Já se sentiu invisível para alguém? Parecendo que as pessoas passam por você, não te enxergam. Quando você fala, elas não te ouvem. Estão imersas em um mundo digital, ou muito atarefadas para prestarem atenção. É essa a frieza do ser humano, de uma sociedade que fechou os olhos para o próximo para olhar a si mesma, que está nos prejudicando a cada dia e promovendo cada vez mais desunião.
Na semana da caridade e da amizade tivemos um episódio triste na cidade. Um senhor, bem vestido, estava desacordado no banco da Praça da Matriz, e ali ficou, das 11h até as 16h, até que uma viatura da Patrulha Escolar o abordasse. Centenas de pessoas podem ter passado pelo local, mas ninguém de fato o viu, se importou com o que estava acontecendo com ele. Ele foi atendido pelo Samu e encaminhado para o Hospital do Rocio, mas uma tragédia poderia ter acontecido.
As reclamações que recebemos por conta dos moradores de rua, que andam pelas ruas e provocam “insegurança”, dos animais abandonados que “viram todo o lixo” possuem fundamento, mas o que você já fez para mudar a realidade daquela situação?
É difícil imaginar o que acontece com a sociedade. Talvez a quantidade de tragédias que presenciamos todos os dias tenha nos deixado inértes ao que acontece na nossa porta, sob nossos olhos. A desconfiança pode ter tomado conta do nosso lado mais puritano, que quer ajudar sem receber nada em troca. Experiências, com o que chamamos de “folgados”, podem ter nos frustrado, mas isso não é motivo para não se importar, para não agir em prol de alguém ou de uma causa.
O caso dos meninos da Tailândia mobilizou o mundo todo, mas quantas coisas aconteceram em Campo Largo nesse período? É preciso estar perto. Não que você não possa se emocionar, torcer, rezar por uma situação como essa, mas não deixe com que seus olhos se fechem para pessoas que estão próximas a você. A empatia deveria ser o principal combustível do mundo.
O que você mais gosta de fazer? O que você pode fazer? Experimente por um dia fazer algo em benefício do seu próximo. A sensação será tão boa que aquilo se tornará um hábito e cada dia mais você irá perceber o quão humano o mundo ainda pode ser.