A doença é altamente transmissível e que pode levar ao óbito, com risco maior
principalmente para crianças com menos de quatro anos, alerta médica pediátra
A próxima Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo e a Poliomielite acontecerá entre os dias 06 e 31 de agosto, sendo o dia 18 (terceiro sábado do mês) o Dia D de Mobilização Nacional, momento em que as Unidades Básicas de Saúde estarão preparadas para realizar um mutirão de vacinação em todo o país. O público-alvo da campanha são as crianças com até quatro anos, 11 meses e 29 dias, tendo como meta vacinar até 95% delas.
A preocupação e atenção dos governantes aumentou após casos comprovados da doença serem anunciados pelo Ministério da Saúde. De acordo com o último boletim, divulgado na última quarta-feira (18), o Brasil já tinha registrado 677 casos de sarampo, sendo os estados do Amazonas e Roraima os líderes no número de infecções, com 444 e 216 casos respectivamente. O Rio Grande do Sul aparece como terceiro colocado, com oito casos confirmados, seguido do Rio de Janeiro, com sete casos. Rondônia e São Paulo fecham a lista com um caso confirmado cada. Entretanto, 2.724 casos ainda estão sob investigação nesses mesmos estados.
A Folha de Campo Largo conversou com a médica pediatra Angelica Barrichello Torres Imroth, que contou que os casos de sarampo eram bastante isolados. “Os casos de sarampo diminuíram drasticamente desde 1999, com o aumento da vacinação. Os casos de sarampo são muito raros e muitos médicos, inclusive eu, nunca viram nenhum caso. Isso é mérito da vacina. As pessoas não conhecem o mundo sem vacina, não conhecem as doenças que deixando de aplicá-las podem surgir. A vacinação é a única solução para evitar epidemias de doenças que levam à morte.”
De fato, o país ficou por muito tempo livre da doença, e em 2016 chegou a receber um certificado de eliminação de circulação do vírus pela Organização Pan-Americana da Saúde. “A meta de vacinação contra o sarampo é de 95%. Em 2017, dados preliminares apontam que a cobertura no Brasil foi de 85,21% na primeira dose (tríplice viral) e de 69,95% na segunda dose (tetra viral)”, divulgou o Ministério da Saúde.
A Prefeitura divulgou essa semana um texto com informações sobre a doença. No corpo do texto trazia que apesar de não ter nenhum caso sob suspeita ou confirmada, cabe a ela alertar para a importância da vacinação, aumentando a cobertura vacinal como plano de emergência.
O sarampo é uma doença altamente transmissível, especialmente por meio de secreções expelidas pela pessoa infectada, ao tossir, respirar e falar, no período de quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema até quatro dias após. “O sarampo é uma doença grave que pode levar ao óbito. Começa com os mesmos sintomas de uma gripe, com febre alta, coriza, tosse e olhos vermelhos. Aparecem manchas esbranquiçadas na boca. O exantema aparece depois, começa pela cabeça e vai aumentando em direção aos pés. É perigosa, principalmente, para as crianças abaixo dos quatro anos”, alerta.
Muitas pessoas confundem o sarampo com a varicela, mas a médica explica que são doenças diferentes. “A varicela ou catapora é diferente do sarampo. A varicela é uma doença transmissível também, mas apresenta febre baixa e constante, e as lesões na pele, diferentes das que vemos no sarampo”, explica.
Contra o sarampo, o calendário de vacinação traz que de “12 meses a menores de 05 anos de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral)”, e de “5 anos a 9 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente: duas doses da vacina tríplice com intervalo de 30 dias entre as doses”.
Poliomielite
A poliomielite é considerada uma doença controlada em todo o mundo. No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgou que apenas 12 casos da doença foram registrados no mundo todo. Em 1988, a epidemia da doença foi tão grande, que a cada 15 minutos 10 crianças se tornavam paralíticas no mundo.
A Dra. Angelica explica que a doença é perigosa especialmente para crianças com até quatro anos. “O poliovírus vive no intestino e tem transmissão fecal/oral, ou seja, pelas fezes e saliva. Apenas 1% das pessoas que entrarão em contato com o vírus irão desenvolver a doença. Essa é uma doença que não possui cura, por isso é tão importante se prevenir, por meio da vacinação”, orienta.
No Brasil não há casos da doença registrados desde 1990, o que levou o país a receber em 1994, o Certificado da Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem, emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O Ministério da Saúde mantém no esquema a vacina, aplicada aos dois meses, quatro meses, seis meses, 15 meses e dos quatro os seis anos de idade. Também acontecem as campanhas de vacinação com o Zé Gotinha, anualmente.