Como está pesado aos contribuintes bancar tantos impostos do governo. Além de ser retido na fonte, pago mensalmente ou ter que ser declarado no Imposto de Renda, tudo que compramos tem muito imposto. Pagamos de todas as maneiras.
Nesta semana a Cocel fez refletir mais uma vez sobre o assunto, ao divulgar que mais de 50% do que pagamos na tarifa de energia, na verdade, é só para imposto. O imposto apenas do produto final representa 50,9% do valor, mas além disso são pagos impostos para a geração e a transmissão da energia. Para a Cocel, fica apenas 13,5% do total da fatura e com isso precisa realizar inúmeros serviços. E assim é com tudo que compramos ou serviços que contratamos – a empresa para a qual pagamos fica com uma parcela muito pequena do valor.
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a Copa do Mundo também não fica por baixo nos impostos. O imposto pago em cada álbum de figurinhas, que é sempre uma “febre”, representa 43% do valor. Para comprar uma bola de futebol ou uma televisão, quase metade também é imposto. A pesquisa ainda aponta que para fazer uma caipirinha o custo de imposto é 76% e nos fogos de artifício o imposto representa 61,56% - assim fica caro comemorar. Até a inofensiva pipoca tem quase 35%.
Em contrapartida, gerou uma grande discussão a decisão do Governo de dar subsídio à indústria que produz refrigerante, como se fosse um item de necessidade básica. Com tantos estudos que comprovam o mal que as bebidas açucaradas causam, deveria ser aumentado o valor de impostos destes produtos para diminuir o consumo e dar incentivo a alimentos que estão na mesa do cidadão todos os dias, mas que está a cada dia mais difícil de consumir. Tão coerente quanto em um país que tem previsão de 600 mil casos novos de câncer de pele, ter uma alíquota de 42% sobre o preço dos protetores solares, fazendo com que de cada dez, oito brasileiros deixem de se proteger.
Sinal que os impostos nos sufocam. Sufocam o nosso bolso, nossas vontades e também a nossa saúde. Para onde vai esse dinheiro? O Conselho Federal de Medicina divulgou que nos últimos oito anos, 34,2 mil leitos do SUS foram fechados. Trabalhamos tanto para conseguir ter o mínimo e não podemos nem ficar doentes.