É alarmante o número de brasileiros que moram em áreas de risco. O IBGE divulgou que 8,27 milhões de brasileiros vivem nessa situação em 872 municípios do país, com uma média de três a quatro pessoas por residência. Foi a primeira vez que essa pesquisa foi realizada e com o objetivo de estimular políticas públicas para evitar tragédias decorrentes de desastres naturais, pensando primeiramente na preservação da vida.
Em Campo Largo essa também é uma realidade. Até mesmo em região central isso acontecia, no Razera, por mais de 30 anos, onde moravam cerca de cem famílias. Houve a necessidade da intervenção do Poder Público para desocuparem, antes que algo de muito grave acontecesse, já que viviam na beira de barrancos e sem condições básicas.
A partir de novo projeto da Companhia de Habitação do Paraná em Campo Largo, serão construídas 416 casas populares na cidade, tirando da área de risco moradores da Vila Tripa, à margem da PR-423, por exemplo. Pessoas nestas condições passarão a morar na região da Lagoa e do bairro Águas Claras, onde também será desenvolvido um conjunto habitacional pela Cohapar. Os moradores têm o benefício de pagar um valor simbólico mensal, realmente uma ajuda do Governo para dar condições de vida às pessoas mais carentes.
Na pesquisa, São Paulo registrou 1,52 milhão de pessoas em área de risco, possivelmente porque é um Estado que atrai milhares de pessoas em busca de emprego, as quais se arriscam em busca de uma vida melhor. Mas falta oportunidade e também sem boas perspectivas do lugar de onde vieram, essas pessoas vão se ajeitando como dá. A pesquisa indica que a Região Norte se destacou pela maior concentração de crianças e idosos vivendo em áreas de risco e, o pior, 70,7% da população dessa região não tem acesso a rede de esgoto, gerando outros inúmeros problemas.
Esse é um dos reflexos da disparidade em que vivemos. Enquanto bilhões de reais são tirados do povo com tamanha roubalheira, muitas famílias não têm para comer durante o mês sequer o valor gasto em um único jantar de muitos políticos. É lamentável a realidade brasileira, onde milhões de pessoas não têm condições mínimas de vida, em um país que poderia ser tão rico por sua diversidade de produção e por ter um povo tão trabalhador.