Quem assistiu a transmissão do julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Lula, realizado na última quarta-feira (05), no Superior Tribunal Federal, e não possui entendimento sobre como funciona o Judiciário ou sobre as Leis brasileiras, deve ter ficado um pouco confuso sobre todas aquelas justificativas e formas de falar tão rebuscadas, quanto ao apresentado pelos 11 ministros durante as leituras de seus votos.
A falta de conhecimento do brasileiro prejudica bastante o entendimento de um momento tão importante da História do Brasil. Vivemos uma época que poderá ser um marco da luta contra a impunidade, a qual todos reivindicamos por tanto tempo. Esse pode ser o início de uma sequência de limpeza profunda no quesito de corrupção - ativa ou passiva -, peculato, desvios de dinheiro, contas no exterior, lavagens de dinheiro, entre outros.
Recentemente a Operação Lava Jato comemorou quatro anos e já colocou vários políticos nas prisões federais, entre eles nomes como Eduardo Cunha, que já foi presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Apesar de muitos dizerem que o Lula está sendo perseguido, que a Justiça e os juízes e promotores da Lava Jato estão fazendo vista grossa para os demais políticos, isso não é verdade. Aqui entra a importância do mínimo conhecimento de Direito e das Leis por parte do povo brasileiro.
Há muitos políticos que estão sob o foro privilegiado, ou o foro de prerrogativa de função, o que dificulta um andamento mais rápido dos processos. Nestes casos, os cargos públicos de presidentes ou vice-presidentes, deputados federais, senadores e ministros não podem ser julgados em justiças inferiores enquanto exercem esses cargos, assim o indivíduo só pode ser preso em casos de condenação final, ou em flagrantes de crimes inafiançáveis.
Seria ousado dizer que somos eternas crianças em processo de aprendizagem, que precisam constantemente ler, informar-se, pesquisar, buscar o conhecimento na fonte para que possamos estar cientes de tudo o que acontece à nossa volta. Mas quando se diz ler é ir a fundo, é refletir no que está sendo apresentado, afim de conseguir extrair o máximo de informação possível para evitar disseminar equívocos e notícias falsas.
Notícias falsas, boatos e equívocos também são um ponto crucial na hora de escrever ‘textões’ sobre o que mal se entende. Você pode ser acusado, processado e até julgado por uma informação errada ou maldosa divulgada. Escrever sem entender sobre o que se escreve é como cavar a própria cova, porque uma pessoa que fala, escreve ou reproduz algo incorreto sempre será aquela que a cada ponto que aumenta a história, inventa, apoiada no que leu em algum lugar e acredita mais no que está falando.
Conhecer, entender, saber, informar-se e ler deveriam ser os verbos mais importantes, pois se você não sabe, outras pessoas podem usar um verbo poderoso sobre você: o influenciar.