Conhecida por ser a semana mais gostosa do ano, a Páscoa também gera expectativas em crianças e adultos apaixonados por chocolate pela grande variedade de ovos, bombons e produtos que tenham chocolate. Entretanto é importante saber escolher o chocolate, para garantir além do prazer de comer algo gostoso, benefícios para a saúde.

A nutricionista Juliane Pangracio explica que na classificação dos chocolates, o que menos oferece benefícios é o branco e o que mais oferece é o amargo, com concentração de cacau de 40 a 100%. “O chocolate branco não possui cacau nenhum, apenas açúcar, gordura e manteiga de cacau. Já o chocolate ao leite, possui apenas 25% de cacau, o restante é açúcar e gordura. Entre o chocolate branco e ao leite, ainda é preferível que se consuma ao leite, pois ele possui uma certa quantidade de cacau. Isso não trará grandes benefícios, mas em comparação é a melhor opção. Temos ainda o meio-amargo, que possui entre 40 e 55% de cacau, acrescido de açúcares e gorduras e por fim o amargo, que é o melhor de todos, com concentração de 60 a 100% de cacau. Esse é a melhor opção para conseguir os benefícios oferecidos pelo cacau.”

Juliane elenca os benefícios oferecidos pela fruta cacau, originário das florestas tropicais da América Central. O cacau possui propriedades antioxidantes, ajuda a combater os radicais livres e o envelhecimento precoce, antidepressivo, atua no melhoramento do humor, cognição – rico em flavonóides e melhora o foco e a atenção, previne o câncer, ajuda a controlar a pressão arterial – pois possui catequina -, inibe também o surgimento de trombose. “Detalhe que esses benefícios são conseguidos no consumo de cacau em pó e chocolate acima de 60%”, enfatiza.

Em geral, chocolates amargos são mais caros justamente por apresentarem essa concentração maior de cacau, além de apresentarem data de validade menor, se comparado aos outros, por possuir uma grande quantidade da fruta cacau, por isso é importante se atentar a este detalhe.

Saber comer

Outro ponto abordado pela nutricionista é a necessidade de aprender a comer o chocolate. “Não é recomendado sentar e comer um ovo inteiro, assistindo filme, por exemplo. Ainda que ele seja o amargo. O recomendado é o consumo de até 20 gramas por dia”, diz.

Consumir o chocolate em jejum também não é recomendado pela nutricionista, pois acontece a elevação do pico de insulina no corpo. Após as refeições com fibras, o chocolate também é um aliado na digestão. “Para quem faz atividade física, o chocolate amargo é uma opção pré-treino ótima, pois ele também possui a função termogênica”, completa.

Juliane diz que o produto deve ser consumido preferencialmente após o almoço e nunca antes de dormir. “Além dele dar muita energia e agitação – nas graduações de chocolates com muito açúcar – que irão prejudicar o sono, quando dormimos nós temos baixo gasto calórico, o que vai afetar o nosso corpo negativamente”, explica.

O chocolate com maior concentração de açúcares inflama o corpo como um todo e deixa crianças ainda mais agitadas. Por isso, a recomendação é dar sempre o chocolate amargo para as crianças, afim de evitar reações extremas. “O momento de ensinar a criança a comer é agora. Ela irá se acostumar com o sabor, um pouco mais amargo, e irá preferir essa opção no futuro. O caminho inverso é sempre o mais difícil. Reeducar depois é muito mais complicado”, orienta.

Chocolate manipulado

Embora muitas pessoas não conheçam, é possível comprar chocolates manipulados em farmácias de manipulação. Eles são vendidos sob prescrição médica ou de um nutricionista, que irá identificar as necessidades de cada pessoa para a manipulação. Neste chocolate é possível adicionar compostos ativos que ajudam a controlar a ansiedade e propriedades termogênicas.