Médica recomenda que os pais levem as crianças anualmente ao oftalmologista. Saiba quais os problemas de visão mais comuns em idade escolar
As aulas começam na última semana - a maioria no dia 19 de fevereiro - e os pais devem ficar atentos à saúde dos olhos de seus filhos, pois ela pode interferir no rendimento escolar.
A médica oftalmologista Graciele Cecato Robacker explica que o primeiro atendimento oftalmológico realizado na criança é o Teste do Olhinho, que visa verificar se há alguma alteração que impeça o desenvolvimento da criança para a visão. O exame é feito pelo oftalmologista. “Alguns pais acreditam que não há necessidade de ter um acompanhamento, mas o correto é o acompanhamento anual da criança, pois ela tem o desenvolvimento completo do olho até os 07 anos, que é a formação total da retina, crescimento e formação dos vasos e desenvolvimento ocular”, explica.
Dra. Graciele recomenda que crianças a partir de 01 ano vão ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano. “Todas as crianças possuem alguma dificuldade de visão, por mais que os pais não percebam. Em sua maioria, elas podem apresentar hipermetropia - dificuldade de enxergar de perto -, miopia – dificuldade em enxergar de longe -, astigmatismo – visão desfocada - e a ambliopia – disfunção visual causada pelo baixo desenvolvimento de um ou dos dois olhos”, diz.
Ela orienta que quando a criança piscar demais ou ficar com os olhos muito vermelhos, irritados, ou se bater muito nos objetos, franze a testa ou força a visão para enxergar deve-se procurar o quanto antes um especialista. Os professores também têm papel fundamental na identificação de problemas de visão e devem procurar os pais, solicitando o encaminhamento ao médico. Porém, não somente quando essas alterações são percebidas a criança deve ir ao oftalmologista, mas sempre que possível oportunizar essas visitas.
O estrabismo é um problema mais comum em crianças e podem ser visíveis ou imperceptíveis, sendo diagnosticado apenas pelo médico. A médica explica que o estrabismo é a dificuldade que a pessoa possui em fixar o olho que está desviado, essa causada por uma disfunção da musculatura ocular. “Existem vários tipos de estrabismo, mas os pais percebem em fotos, no geral. Nem sempre é o estrabismo, mas um desvio causado pela fenda palpebral. Conforme a criança cresce, aumenta a fenda do olho. A maioria das crianças que vem ao consultório é justamente porque os pais acreditam que ela tem algum desvio, mas podem ter outros problemas associados”, diz.
O tratamento para o estrabismo é cirúrgico, mas segundo a médica, somente ele não resolve. “É preciso estimular, usar óculos e tampões, estimulando a visão para só depois pensar em cirurgia.”
Traumas oculares
Em caso de traumas oculares é preciso procurar um atendimento de emergência, de preferência com o médico oftalmologista, para avaliação. A médica indica não mexer, principalmente se envolver materiais abrasivos como areia, purpurina, entre outros. “Na emergência nós anestesiamos o olho com colírio e usamos material adequado para realizar a lavagem ocular, com soro. Evitar colocar água, a menos que sejam produtos químicos, então é importante lavar com água abundante, em temperatura ambiente”, ressalta.
Conjuntivite
As conjuntivites também fazem parte das consultas ao oftalmologista por parte das crianças. “A criança tem o hábito de coçar, e faz isso sem lavar as mãos, o que faz recontaminar o olho. A conjuntivite bacteriana por contato é a mais frequente, que por uma irritação, como rinite alérgica, por exemplo, coça o olho e contamina. Não é indicado usar qualquer tipo de colírio antes de procurar um médico. Os colírios após 30 dias abertos acabam vencendo”, diz a médica.
Óculos de sol para crianças
A médica destaca a importância do uso de óculos de sol pelas crianças, principalmente na época do verão, na qual a incidência de sol fica ainda mais evidente. “O óculos deve ter um comprovante do Inmetro, proteção UVA e UVB, pois se utiliza um óculos sem proteção, principalmente lentes bastante escuras, faz com que a pupila fique dilatada e os raios entrem nos olhos mais facilmente, agredindo e causando alterações retinianas”, alerta.