Em 15 dias, seis mortes. Assim já podemos começar a resumir o ano de 2018, tudo de forma triste e trágica. Se analisar anos anteriores, foram poucas as semanas na história do município tão sangrentas como a que passou, com crimes que envolvem pessoas comuns – em sua maioria sem passagem pela polícia -, mortas de formas tão violentas. Encerrando a semana, ainda tivemos que noticiar uma tentativa de homicídio contra uma mulher grávida de 20 semanas – tentativa essa feita supostamente pelo ex-namorado. No final de semana, os episódios de mortes se repetiram.
A violência parece ser uma epidemia, uma onda que atinge não somente aquele que a comete ou sua vítima, mas sim todos que estão em volta. A família sofre pela perda de seus entes queridos ou fica com a angústia em ver pessoas queridas nas camas de hospitais, precisando de intervenções cirúrgicas, correndo risco de morte.
A sociedade como um todo é atingida. Muitos questionam em nossa página no Facebook a atitude de criminosos, sem temer em receber ameaças. Entretanto, aumenta a cautela ao andar nas ruas, a sensação de insegurança paira de tal forma que um simples toque ou chamada de atenção é ignorada, pois existe o medo de ser abordado por algum assaltante ou sofrer algum tipo de violência.
Algo que orgulhava muito os campo-larguenses há alguns anos era do título da “cidade em que todo mundo se conhece”, local onde era possível caminhar pelas ruas na madrugada sem o medo de se tornar estatística, o que já não existe mais. Nossa Campo Largo cresceu muito e cada dia recebe mais pessoas de fora, seja para trabalhar ou apenas como passagem. Isso é bom, mas é preciso investir em mais segurança na cidade.
É certo que a violência não é um problema local, vemos todos os dias em noticiários estaduais e nacionais a preocupação de um número crescente de vítimas da violência, que reúne civis e militares, pobres e ricos, homens, mulheres e crianças - essas que muitas vezes ainda nem nasceram, brancos, pardos, negros, amarelos... Na verdade a violência não escolhe vítima, ela atinge quem estiver na frente dela.
A desigualdade social é uma das portas de entrada para os mundos obscuros, como drogas, tráfico, roubo e assaltos, homicídios, prostituição, entre tantas outras opções que o crime oferece, mas que infelizmente levam somente a dois lugares: prisão ou sepultura. É preciso mais segurança, leis mais rígidas, judiciário eficiente e mais igualdade, para que essas não sejam as únicas opções aos brasileiros.