Será que esta inocência, tão característica dessa fase da vida, estaria sendo sequestrada com nossas atitudes no dia-a-dia?
Na próxima quinta-feira será comemorado o Dia das Crianças. A data presente no calendário brasileiro tem como objetivo comemorar a alegria, inocência e pureza desses seres que serão o futuro do nosso país. Mas será que esta inocência, tão característica dessa fase da vida, estaria sendo sequestrada com nossas atitudes no dia-a-dia?
A exemplo, os dados levantados pelo Conselho Tutelar de Campo Largo, que apontaram 1.331 denúncias que vão de negligência por parte dos pais, até casos graves de agressão e abuso sexual. Isso nos faz refletir: comemorar ou repensar nas ações quanto às crianças?
Analisando no cenário nacional, temos os casos da exposição no Santander Cultural, a “Queermuseu”, que mostrava cenas inapropriadas para menores, incluiam fotos de zoofilia e nudez, mas foi visitada por crianças em idade escolar. Isso gerou revolta da população, com razão. Homens e mulheres foram às ruas pedir para que a exposição fosse fechada. E foi.
Não obstante, há alguns dias milhares de pessoas ficaram revoltadas nas redes sociais quanto à performance “Lá bête”, que aconteceu no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Na ocasião, um ator encontrava-se nu em meio ao palco, quando uma criança foi encorajada a tocar nele. Não pelo ator, mas pela própria mãe que assistia a apresentação. O museu declarou que havia placas sinalizando a faixa etária indicada para assistir à apresentação, mas e quando os próprios pais, responsáveis pela integridade e segurança de seus filhos, propiciam esse tipo de situação? É uma indignação plausível por parte de todos os brasileiros.
Podemos considerar que os famosos “textões” nas redes sociais e o “vou reclamar muito no Twitter” começaram a dar resultado. Isso é positivo, passa a ser considerado ainda melhor quando vem em prol das crianças. Mas é preciso olhar mais para fora das telas de computadores e celulares. Crianças estão sendo expostas à violência e pedofilia todos os dias, mais próximo do que imaginamos.
Elas estão sendo introduzidas cada vez mais cedo ao mundo do crime, das drogas, do dinheiro fácil, tudo embaixo dos nossos narizes. Que possamos fazer um pouco mais pelas crianças no mundo real, assim como fez a dona Lourdes, história presente no Especial que preparamos. Ela adotou várias crianças, deu a elas carinho, educação e oportunidade. Você não precisa necessariamente acolher as crianças em sua residência, mas há tantos projetos na nossa cidade que recebem essas crianças em vulnerabilidade social e precisam de ajuda para se manter ativos. Que tal estender a mão? Ser voluntário? Doar-se um pouco? Isso tornará você mais humano, pois o amor quanto mais tem, mais sobra.