Os sintomas das alergias estão ligados intimamente com o alimento em questão, mas os mais recorrentes são vômitos, náuseas, diarreia ou constipação, lesões na pele (vermelhidão, coceira)
A lergia e intolerância alimentar são coisas bem distintas, mas ainda é comum que sejam confundidas. Entretanto, a resposta mais correta para conseguir distinguir as duas são as respostas que o organismo dá a determinado alimento quando entra em contato com ele. Alergias são processos bem mais graves e sérios quando comparados à intolerância alimentar, essa que também provoca situações bastante desconfortáveis.
Essa é a explicação dada pela nutricionista Juliane Mocelin. “Alergias são casos bastante graves e que podem ser desenvolvidos ao longo da vida, mas aparecem com frequência desde a infância. Já tive pacientes com alergias bastante sérias, como uma menina que tinha alergia a algodão, seda, poliéster e leite. Esses são componentes presentes nas roupas, então era muito sofrimento, a alergia provocava feridas que sangravam. Algumas pessoas têm que buscar alternativas para conseguir sobreviver.”
Segundo a nutricionista, alergias acabam deixando as pessoas mais excluídas socialmente. “Os alérgicos acabam se isolando, pois às vezes simplesmente por tocar em algo que teve contato com o elemento que desenvolve a alergia já é o suficiente para desencadear uma reação. Acabam vivendo uma vida extremamente restritiva”, diz. “De alguns tempos para cá que estão começando a abrir restaurantes e comércios com mais opções às pessoas alérgicas, entretanto, ainda é preciso confiar bastante nos locais, pois o mínimo de contato que uma vasilha ou um talher tenha com aquela proteína, poderá desenvolver uma reação”, completa.
As alergias alimentares mais comuns são leite de vaca, ovo, trigo, soja, amendoim, castanhas (nozes, amêndoas, pistaches, avelã), peixes e frutos do mar. Alergias a aditivos alimentares, como corantes, por exemplo, são mais raros, porém existem. Também existe a possibilidade de desenvolver alergia a agrotóxicos usados nos alimentos.
Os sintomas das alergias estão ligados intimamente com o alimento em questão, mas os mais recorrentes são vômitos, náuseas, diarreia ou constipação, lesões na pele (vermelhidão, coceira) e em casos extremos edema de glote, quando é necessário atendimento médico imediato.
“A intolerância se caracteriza pela má absorção de determinado elemento pelo corpo. Como exemplo posso dar a lactose, que é muito comum e acomete crianças de dois a cinco anos, ou manifesta-se na vida adulta. A intolerância à lactose provoca diarréia, excesso de gases, distensão abdominal. São incômodos que podem dificultar o convívio social, mas não impossibilitá-lo”, diz Juliane.
A intolerância a determinados alimentos pode surgir também do estresse e pode estar presente em cerca de 75% da população mundial, segundo a nutricionista. “Essa geração encontra-se cada vez mais estressada, com pressa e acaba por desenvolver intolerância, gastrite e outros problemas. Hoje, pelo fato da necessidade de agilizar os processos, encontramos alimentos prontos no mercado, até mesmo saladas já cortadas, que acabaram até perdendo seus nutrientes essenciais. Isso também promove uma leva de intolerantes a alimentos específicos bastante progressiva”, explica.
Aqueles que possuem alergia ou intolerância são orientados por nutricionista para substituir os alimentos sem serem prejudicados pela falta dos nutrientes presentes nela.
Dieta livre de glúten e lactose
Há um ano a dieta sem glúten e sem lactose tornou-se uma febre entre aqueles que buscam manter as medidas em dia e uma alimentação saudável. São inúmeras dietas na internet e artigos de como substituir esses alimentos, entretanto isso pode trazer riscos e expor a doenças graves.
“É importante salientar que os únicos profissionais que podem orientar uma dieta saudável ou retirar um tipo de alimento da rotina são apenas nutricionistas e médicos. Feitos por conta própria podem gerar consequências. Uma dieta sem glúten ou lactose pode tornar a pessoa intolerante ou alérgica, além de aumentar possibilidade de vir a se tornar diabética no futuro. O leite e os derivados que contém glúten também são importantes para as funções do nosso organismo”, finaliza.