Cinco tipos de cânceres ginecológicos são os responsáveis por 19% dos diagnósticos de câncer no mundo a cada ano, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).
Os cinco tipos mais comuns de cânceres ginecológicos são no colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva, sendo que esses cinco tipos são responsáveis por 19% dos diagnósticos de câncer no mundo a cada ano, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). Cânceres ginecológicos foram tema da conscientização do mês de julho e é sempre importante alertar as mulheres para que fiquem atentas aos sintomas e a buscar tratamento médico já no início da doença.
Colo de útero
O médico cirurgião-oncológico Gustavo Canavari conta que, entre esses cinco tipos, o mais comum é o de colo de útero, doença que está ligada a cerca de 99% dos casos ao vírus HPV. “Esse tipo de câncer fica atrás apenas do câncer de mama e do câncer colo-retal, em mulheres. O maior problema desse tipo é que ele não tem sintomas no início da doença, é extremamente silenciosa. Quando começam a surgir os sinais, geralmente ele já está avançado. Entre os sintomas estão sangramentos fora da menstruação, corrimento com ou sem odor, dor antes ou durante as relações sexuais.”
Quando diagnosticado no início, as chances de cura são grandes e chegam a porcentagens de 80 a 90%. Entretanto, como a doença é silenciosa, nos estágios avançados essa chance diminui. Esse é um câncer que pode ser evitado, com atitudes simples como usar preservativo ao ter a relação sexual, evitar ter muitos parceiros sexuais ao longo da vida e abandonar o cigarro.
A vacina também é um método preventivo para esse tipo de câncer. “É imprescindível que adolescentes da faixa etária indicada pelo Ministério da Saúde, meninas e meninos de 11 a 15 anos, sejam imunizados para que no futuro os casos desse tipo de câncer sejam diminuídos”, recomenda o médico. Outro ponto importante é manter os exames ginecológicos requisitados pelo médico em dia, com frequência determinada pelo ginecologista.
Ovário
“Começo falando sobre esse câncer diretamente pela importância de manter os exames em dia para um diagnóstico precoce, uma vez que esse é o mais difícil de identificar e também um dos mais raros”, diz o Dr. Gustavo.
Esse tumor não apresenta sintomas iniciais, mas à medida que ele cresce comprime os órgãos e os sintomas vão surgindo, entre eles o aumento do volume abdominal, constipação intestinal ou diarreia, dores difusas e massa abdominal palpável.
Neste tipo de câncer as pesquisas científicas ainda não conseguiram esclarecer ao certo suas causas, mas entre os fatores de risco estão o tabagismo e histórico familiar. Um ponto interessante desse tipo de câncer é que a amamentação ajuda a preveni-lo.
Endométrio, vagina e vulva
O endométrio é o tecido que reveste a parede interna do útero e tem como principal sintoma sangramento uterino anormal, especialmente após a menopausa. Também estão inclusos sintomas como manchas e corrimentos, dor pélvica e perda de peso. Quando detectado no início tem 90% de chance de cura.
Já o câncer de vagina tem como sintomas sangramento vaginal, corrimento, dor ao manter relações sexuais e também massa palpável. Em quadros mais avançados, a doença também pode apresentar dores ao urinar, constipação e dor pélvica contínua.
Outro tipo de câncer ligado ao HPV é o câncer de vulva. Este é mais frequente em mulheres acima dos 50 anos e tem como principal sintoma uma ferida, ulceração, que arde ou é prurida e não cicatriza em uma ou duas semanas.
“Em todos os casos as chances de cura são muito maiores quando há o diagnóstico precoce, então todas as mulheres devem manter em dia as consultas aos médicos ginecologistas de confiança e realizar os exames. Conseguir descobrir a doença cedo permite que as chances de cura sejam bem maiores”, alerta.